PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE LEPTOSPIROSE EM ALAGOAS NO ANO DE 2017 |
A leptospirose é uma doença bacteriana aguda, de distribuição global, e resulta da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados. Sua ocorrência está relacionada à exposição aos fatores de risco como situações ocupacionais específicas, precárias condições de infraestrutura sanitária, alta infestação de roedores infectados e a ocorrência de enchentes que favorecem o contato de humanos com as excretas dos reservatórios. A penetração do microrganismo no hospedeiro acontece pela pele com lesões, na pele íntegra quando imersa em água por longo tempo, ou pelas mucosas. Nos países tropicais, é uma doença de caráter endêmico, e os surtos ocorrem durante a estação chuvosa, coincidindo com áreas inundadas. Pode manifestar-se de maneira assintomática, por quadros leves ou casos graves que podem levar a morte. O diagnóstico baseia-se no quadro clínico e nos dados epidemiológicos, sendo confirmado por testes laboratoriais. Este trabalho tem como objetivo conhecer a situação epidemiológica da Leptospirose em Alagoas no ano de 2017. A metodologia utilizada baseou-se na análise de dados fornecidos pelo Departamento de informática do SUS (DATASUS), e utilizaram-se as variáveis: idade, sexo, critério diagnóstico, mês de aparecimento dos sintomas e evolução. Foi identificado um total de 67 casos confirmados no período analisado, com predomínio do sexo masculino correspondendo a 89,6% dos casos, contra 10,4% do sexo feminino. As faixas etárias mais prevalentes foram de 20-39, 40-59 e 15-19 anos com 35,8%, 28,4% e 19,4% respectivamente. 52 casos foram confirmados clinico-laboratorialmente, contra 15 confirmados por dados clínico-epidemiológico. Os meses que apresentaram maiores índices de incidência foram junho e junho sendo responsáveis por 41,8% e 28,9% respectivamente. 53 pessoas evoluíram com cura enquanto 12 pessoas chegaram a óbito pelo agravo. De acordo com os dados obtidos fica evidente o predomínio dos casos nos meses chuvosos da região, como também a precariedade da infraestrutura das cidades brasileiras que não apresentam eficácia no seu escoamento, favorecendo o seu acúmulo e consequentemente aumento do risco da transmissão da doença. Pontando, é necessário que haja a implementação de medidas de prevenção e controle com obras de saneamento básico, coleta e tratamento de lixo e esgotos, limpeza e canalização de córregos e o controle de roedores. |