AVALIAÇÃO EVOLUTIVA DO PORTADOR DE DOENÇA DE CHAGAS NO ESTADO DE PERNAMBUCO |
INTRODUÇÃO: A doença de Chagas (DC) é uma doença infecciosa, que apresenta elevada carga de morbimortalidade no Brasil, especialmente na forma grave. OBJETIVO: Avaliar a evolução clínica de pacientes portadores de DC crônica. METODOLOGIA: Foram avaliados, em 2018, 90 pacientes (pcts) em ambulatório de referência, previamente adicionados em um banco de dados, em 2013, por amostra de conveniência, pelas variáveis: classificação do estágio de DC (A, B1 e C) (I diretriz latino-americana para diagnóstico e tratamento de cardiopatia chagásica), idade, sexo, internamentos, visitas à emergência (emerg), óbito, hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus tipo 2 (DM2), eletrocardiograma (ECG) e ecocardiograma (ECO). Considerado p-valor<0,05 como significativo. RESULTADOS: De 2013 a 2018, 4 pcts passaram do estágio A para B1 (15%). 23 em 2018 são A. 2018: Idade média 23 pcts 57±9 anos, 91% sexo feminino (fem), 48% com HAS (↑9% comparado a 2013), 22% DM2 (↑11%). 0 óbitos em 5 anos, 22% internamentos (0% causas cardíacas), 4% emerg (0% causas cardíacas). ECG sem alterações. ECO: fração de ejeção (FE) 66±12% (↑2%), diâmetro do átrio esquerdo (AE) 37±5mm (↑3mm, p<0,05). De 2013 a 2018, 8 pcts evoluíram do estágio B1 para C (22%) + 4 do A para B1 = 33 pcts B1 em 2018. 2018: Idade média 33 pcts 59±9 anos, 79% fem, 64% HAS (↓14%), 18% DM2 (↑2%). 0 óbitos, 9% internamentos (33% causas cardíacas), 21% emerg (29% sintomas como síncope, dor precordial). ECG: bloqueio do ramo direito (BRD) 67% (↓11%) e bloqueio divisional ântero-superior esquerdo (BDASE) 39% (↑7%). ECO: FE 65±12% (↑4%, p<0,05), AE 37±12% (↑3%, p<0,05), diâmetro diastólico final do ventrículo esquerdo (DDVE) 49±8mm (↓4mm, p<0,05). Em 2013, 26 pcts eram estágio C. 6 óbitos (23%) + 8 pcts de B1 a C em 5 anos. 2018: Idade média 28 pcts 58±9 anos, 57% fem, 82% HAS (↑17%), 25% DM2 (↑5%). 6 óbitos (sintomas principais: dispneia, síncope, dor torácica), 18% internamentos (60% causas cardíacas), 36% emerg (30% causas cardíacas). ECG: BRD 79% (↑9%), BDASE 43% (↓17%), marcapasso 7% (↑2%), fibrilação atrial ↑11%. ECO: FE 47±12% (↑2%), AE 40±5mm (↑1mm), DDVE 58±8mm (↓2mm). DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: As amostras confirmam a benignidade do estágio A sem eventos cardíacos, a progressão desfavorável do B1 para a insuficiência cardíaca e a gravidade do C, com elevada morbimortalidade. Consideramos que a intervenção em ambulatório especializado possa contribuir para a manutenção do valor de FE e menor DDVE no estágio C. |