AVALIAÇÃO EVOLUTIVA DO PORTADOR DE DOENÇA DE CHAGAS NO ESTADO DE PERNAMBUCO
MAÍRA AZEVEDO XIMENES 3, SÍLVIA MARINHO MARTINS3, CAROLINA DE ARAÚJO MEDEIROS3, MARIA BEATRIZ ARAÚJO SILVA3, VERIDIANA CÂMARA FURTADO3, MARIA DA GLÓRIA AURELIANO DE MELO CAVALCANTI3, MARIA DAS NEVES DANTAS DA SILVEIRA BARROS3, CRISTINA DE FÁTIMA VELLOSO CARRAZZONE3, WILSON ALVES DE OLIVEIRA JÚNIOR3
1. ADCPE - Ambulatório do portador de doença de Chagas e insuficiência cardíaca de Pernambuco, 2. PROCAPE - Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco, 3. UPE - Universidade de Pernambuco
ximenes.maira@gmail.com

INTRODUÇÃO:  A doença de Chagas (DC) é uma doença infecciosa, que apresenta elevada carga de morbimortalidade no Brasil, especialmente na forma grave.  OBJETIVO:  Avaliar a evolução clínica de pacientes portadores de DC crônica.  METODOLOGIA:  Foram avaliados, em 2018, 90 pacientes (pcts) em ambulatório de referência, previamente adicionados em um banco de dados, em 2013, por amostra de conveniência, pelas variáveis: classificação do estágio de DC (A, B1 e C) (I diretriz latino-americana para diagnóstico e tratamento de cardiopatia chagásica), idade, sexo, internamentos, visitas à emergência (emerg), óbito, hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus tipo 2 (DM2), eletrocardiograma (ECG) e ecocardiograma (ECO). Considerado p-valor<0,05 como significativo.  RESULTADOS:  De 2013 a 2018, 4 pcts passaram do estágio A para B1 (15%). 23 em 2018 são A. 2018: Idade média 23 pcts 57±9 anos, 91% sexo feminino (fem), 48% com HAS (↑9% comparado a 2013), 22% DM2 (↑11%). 0 óbitos em 5 anos, 22% internamentos (0% causas cardíacas), 4% emerg (0% causas cardíacas). ECG sem alterações. ECO: fração de ejeção (FE) 66±12% (↑2%), diâmetro do átrio esquerdo (AE) 37±5mm (↑3mm, p<0,05). De 2013 a 2018, 8 pcts evoluíram do estágio B1 para C (22%) + 4 do A para B1 = 33 pcts B1 em 2018. 2018: Idade média 33 pcts 59±9 anos, 79% fem, 64% HAS (↓14%), 18% DM2 (↑2%). 0 óbitos, 9% internamentos (33% causas cardíacas), 21% emerg (29% sintomas como síncope, dor precordial). ECG: bloqueio do ramo direito (BRD) 67% (↓11%) e bloqueio divisional ântero-superior esquerdo (BDASE) 39% (↑7%). ECO: FE 65±12% (↑4%, p<0,05), AE 37±12% (↑3%, p<0,05), diâmetro diastólico final do ventrículo esquerdo (DDVE) 49±8mm (↓4mm, p<0,05). Em 2013, 26 pcts eram estágio C. 6 óbitos (23%) + 8 pcts de B1 a C em 5 anos. 2018: Idade média 28 pcts 58±9 anos, 57% fem, 82% HAS (↑17%), 25% DM2 (↑5%). 6 óbitos (sintomas principais: dispneia, síncope, dor torácica), 18% internamentos (60% causas cardíacas), 36% emerg (30% causas cardíacas). ECG: BRD 79% (↑9%), BDASE 43% (↓17%), marcapasso 7% (↑2%), fibrilação atrial ↑11%. ECO: FE 47±12% (↑2%), AE 40±5mm (↑1mm), DDVE 58±8mm (↓2mm).  DISCUSSÃO E CONCLUSÃO:  As amostras confirmam a benignidade do estágio A sem eventos cardíacos, a progressão desfavorável do B1 para a insuficiência cardíaca e a gravidade do C, com elevada morbimortalidade. Consideramos que a intervenção em ambulatório especializado possa contribuir para a manutenção do valor de FE e menor DDVE no estágio C.



Palavras-chaves:  Cardiopatia, Coorte, Doença de Chagas