ATIVIDADE LARVICIDA DE Piper alatipetiolatum CONTRA Aedes albopictus (DIPTERA: CULICIDAE) EM LABORATÓRIO
ELGA CRISTINA TORRES PEREIRA2,1, ANDRÉ CORREA DE OLIVEIRA2,1, ROSEMARY APARECIDA ROQUE 2,1, WANDERLI PEDRO TADEI2,1
1. INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, 2. UEA - Universidade do Estado do Amazonas, 3. UFAM - Universidade Federal do Amazonas
rosebio1996@yahoo.com.br

O gênero Aedes é de grande interesse médico porque muitas espécies atuam na transmissão de arboviroses como a febre amarela urbana, dengue, chikungunya e zika.  O Aedes aegypti atua como principal vetor de arbovírus em várias regiões do mundo , no entanto, em países em que a barreira térmica é um dos principais fatores limitantes para sua ocorrência, o Aedes albopictus assume o papel de vetor primário. O óleo essencial de Piper alatipetiolatum (Piperaceae) ainda não foi estudado quanto ao potencial larvicida e devido a isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade larvicida do óleo essencial de P. alatipetiolatum contra larvas de A. albopictus em condições de laboratório. Foram realizados bioensaios com cinco repetições em quintuplicata para cada tratamento, sendo dois controles negativos (somente água (1) e água + DMSO (2)) e sete concentrações do óleo essencial dissolvido em DMSO (25, 50, 75, 100, 125, 150 e 175 ppm). Dez larvas de terceiro instar foram utilizadas em cada réplica dos tratamentos e a mortalidade foi verificada nos intervalos de 24, 48 e 72 h de exposição. Os dados foram submetidos à Análise de Variância (ANOVA), seguido do Teste de Tukey (α=0,05) pelo programa Bioestat 5.3. Os resultados demonstraram que o óleo de P. alatipetiolatum possui alta atividade larvicida sobre A. albopictus logo nas primeiras 24 h de exposição aos tratamentos apresentando diferença significativa ( p <0,05) quando comparado aos intervalos de 48 e 72 h. Não houve mortalidade no grupo controle e os percentuais de mortalidade nos tratamentos nas primeiras 24 h foram, respectivamente, 0,8, 8,0, 25,2, 58,8, 90,4, 93,2 e 97,2%. Após 48 h os maiores acréscimos de mortalidade foram nas concentrações de 50, 75 e 100 ppm, atingindo os percentuais de 24,4, 45,6 e 78,4% enquanto que foi obtido para 25 ppm 1,6% de mortalidade, e nas concentrações de 125, 150 e 175 ppm, respectivamente as cifras 97,2, 98,4 e 99,6%. Estes resultados demonstram que a concentração de 25 ppm é insuficiente, mesmo após 72 h de exposição, momento em que atingiu apenas 2% de mortalidade. Foi observado ainda, que o efeito das maiores concentrações (125 a 175 ppm) é estatisticamente igual para os três tempos avaliados. Após 72 h a concentração de 100 ppm teve efeito igual, estatisticamente, às concentrações de 125 a 175 ppm. Os resultados comprovaram a eficiência do óleo de P. alatipetiolatum sobre A. albopictus com potencial para ser utilizado em futuras estratégias de controle deste vetor .



Palavras-chaves:  atividade larvicida, controle vetorial, óleo essencial