PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍFILIS CONGÊNITA EM UMA MICRORREGIÃO NO INTERIOR DO ESTADO DA BAHIA (2007-2017)
MYLLENA RODRIGUES DOS SANTOS 1, KAIC TRINDADE ALMEIDA1, ALISSON NEVES SANTOS1, ANA MARIA FERNANDES MENEZES1, ANA KARLA ARAÚJO NASCIMENTO COSTA1
1. UNIFG - Centro Universitário UNIFG
myllenamoa@gmail.com

A sífilis é uma infecção sistêmica, transmitida pelo Treponema pallidum podendo acometer o feto durante a gestação, caracterizando assim, um quadro de sífilis congênita (SC), a qual vem aumentando no Brasil, destacando a Bahia por ocupar o 12º lugar em mortalidade. O estudo objetivou-se analisar o perfil epidemiológico da SC em 18 municípios no interior do Estado da Bahia, no recorte temporal de 2007 a 2017. Tratou-se de um estudo descritivo, transversal e quantitativo dos casos confirmados de SC na microrregião de Guanambi-Ba, registrados no Sistema de Informação de Agravos e Notificação. A tabulação e análise ocorreram no programa Bioestat 5.3, cuja análise estatística foi o teste do Qui-quadrado de Pearson ao nível de significância de 5% (p<0,05). No período em estudo foram confirmados 39 casos, sendo observado que 30,8% das mães possuem entre 20 a 24 anos, 59% são pardas, 46,2% com ensino fundamental incompleto, 33,3% donas de casa, 74,4% residentes na zona urbana, 94,9% realizou o pré-natal, 53,8% foram diagnosticadas no momento do parto/curetagem, 41% receberam tratamento inadequado e 38,5% dos parceiros dessas, não foram tratados. Com relação aos recém-nascidos, 69,2% foram diagnosticados com 0 dia de vida, 74,4% classificados como SC recente e 46,2% assintomáticos. Observa-se um aumento nos casos de SC a partir de 2014 e uma analogia sociodemográfica com o cenário nacional das doenças infecciosas. Entre os resultados, observa-se um sério problema relacionado às características assistenciais maternas, onde, mesmo realizando o pré-natal, o diagnóstico da sífilis foi tardio, bem como o tratamento foi inadequado, o que favoreceu o desenvolvimento dos casos de SC. Além disso, a continuidade no processo infeccioso é confirmada quando se observa que a maioria dos parceiros não foram tratados, dificultando assim, o controle e tratamento da doença. Tais resultados apontam uma grande falha no diagnóstico e manejo da SC, haja vista que o Ministério da Saúde preconiza medidas que garantem o diagnóstico precoce da sífilis durante o pré-natal, assim como um esquema terapêutico eficaz no controle da doença, sendo os casos de SC a comprovação de possíveis falhas nesse processo. Contudo, a falha na assistência às mães e o grande número de casos ignorados chamam a atenção no presente estudo, apontando um sério problema de saúde, destacando assim, a necessidade de capacitação dos profissionais envolvidos.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Pré-natal, Sífilis congênita