PERFIL SOROEPIDEMIOLÓGICO DE INFECÇÕES POR VÍRUS DA HEPATITE B E C NO ESTADO DE ALAGOAS
MIKAEL ADALBERTO DOS SANTOS 1, DENISE MACÊDO DA SILVA1, VALDEMIR DA CONCEIÇÃO1, EDILSON LEITE DE MOURA1, CRISTIANE ARAUJO NASCIMENTO1, KAROL FIREMAN DE FARIAS1
1. UFAL - Universidade Federal de Alagoas
mikael.adalberto.dos.santos@gmail.com

As hepatites virais são doenças transmissíveis, de alto impacto clínico e epidemiológico, configurando-se como um relevante problema de saúde pública no mundo, e principalmente, nos países em desenvolvimento. Estes agravos podem ser causados por agentes etiológicos que tem hepatotropismo, como os vírus da hepatite B (VHB) e hepatite C (VHC). A identificação dos agentes virais, por meio de marcadores sorológicos específicos, tais como o HBsAg, anti-HBc IgM e anti-HCV auxiliam na prevenção e controle dessa doença. Diante deste contexto, o presente trabalho teve por objetivo identificar o perfil soroepidemiológico de infecções por vírus da hepatite B e C no estado de Alagoas, no período de 2007 a 2017. Trata-se de um estudo do tipo descritivo, quantitativo e exploratório, utilizando dados sobre sexo, faixa etária e raça/cor coletados no Sistema de Informações de Agravos e Notificações (SINAN), de usuários com exames sorológicos reagentes para o VHB e VHC (HBsAg, anti-HBc IgM e anti-HCV). Os dados foram organizados e analisados com auxílio dos softwares Word 2010 e Excel 2010 ( Microsoft Corp ., Estados Unidos). Nesta última década foram notificados 1.754 casos de hepatites B e C, destes, 65,7% (n=1.154) eram referentes a indivíduos infectados pelo VHB e 34,2% (n=600) pelo VHC. Os resultados da sorologia demonstraram que 60,7% (n= 1.066) dos indivíduos eram reagentes para o HBsAg, 5,3% (n=93) para o anti-HBc IgM e 33,9% (n=595) para o anti-HCV. Em relação a raça/cor, 67,3% (n=1.182) eram pardos, dos quais 61,5% (n=728) eram reagentes para o HBsAg (VHB). O sexo masculino foi predominante em 52,2% (n=917) dos casos. Ao analisar a faixa etária, o maior número de casos ocorreu em indivíduos entre 20 a 39 anos (n=731). Considerando-se ainda que, a faixa etária entre 60 a 80 anos ou mais foi a única onde os casos de hepatite C (n=188) superaram o número de casos da hepatite B (n=79). Os anos de ocorrência com o maior número de casos notificados foram 2008 e 2009, com 13% (n= 229) e 12% (n=212), respectivamente. Os resultados obtidos no presente estudo são reflexo da necessidade de reforçar a prevenção da doença, principalmente, nos grupos de risco. Bem como, traçar estratégias mais eficazes que abordem também o comportamento desta população com ênfase na percepção de risco deste agravo.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Hepatite B, Hepatite C, Marcador sorológico