PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES INTERNADOS POR SEQUELAS DA HANSENÍASE NO NORDESTE BRASILEIRO DE 2008 A 2017
MIKAEL ADALBERTO DOS SANTOS 1, JOSÉ VICTOR DE MENDONÇA SILVA1, LUANA KAREN CORREIA DOS SANTOS1, CAROLINNE DE SALES MARQUES1
1. UFAL - Universidade Federal de Alagoas
mikael.adalberto.dos.santos@gmail.com

A hanseníase é uma doença infecciosa, crônica, cuja evolução pode levar à instalação de neuropatias periféricas que causam incapacidades e sequelas nos pacientes. A doença ainda constitui problema de saúde pública no Brasil, com destaque para a região nordeste. Diante disso, objetivou-se nesse trabalho traçar o perfil epidemiológico dos pacientes internados devido às sequelas da hanseníase na região nordeste do Brasil. Trata-se de um estudo transversal, descritivo, com abordagem quantitativa. Os dados foram coletados do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram analisados os casos nos nove estados do nordeste brasileiro, no período entre 2008 a 2017. As variáveis analisadas foram: número de internações, faixa etária, sexo, cor/raça, caráter de atendimento, óbitos e taxa de mortalidade. Após a tabulação dos dados, procedeu-se a análise comparativa descritiva simples. No período estudado foram notificadas 1.878 internações devido às sequelas da hanseníase, destas, 63,20% (n=1.187) eram referentes ao estado do Piauí, configurando-se como o estado com maior número de casos. O menor número de internações foi registrado na Paraíba, com 0,31% (n=6). A faixa etária dos indivíduos mais frequentemente internados foi entre 60 a 69 anos dos casos (24,01%), seguido por indivíduos com idades entre 50 a 59 anos (19,22%). A faixa etária com menor número de internações registradas foi a de menores de 1 ano (n=2). O sexo masculino foi o mais acometido, com 74,86% dos casos. Com relação à cor/raça, 76,73% dos indivíduos eram pardos e 312 casos tiveram a cor/raça ignorada. Ao analisar o caráter de atendimento, 76,99% foram eletivos e 23% foram em caráter de urgência. O valor total das internações foi de R$1.488.635,39 e o valor médio R$792,67. O número de óbitos foi de 7 casos e a taxa de mortalidade de 0,37. Pernambuco apresentou o maior número de óbitos (n=3), a maior taxa de mortalidade (1,52), e o maior valor médio de internação (R$919,53). Os resultados mostram que a hanseníase possui distribuição heterogênea no nordeste, apontando o Piauí com maior número de casos, e Pernambuco com maior número de óbitos e mortalidade.  Conclui-se que entender a epidemiologia da hanseníase no nordeste é fundamental para traçar melhores estratégias de prevenção e tratamento da doença, que apesar do tratamento curável, ainda é persistente, principalmente nos países em desenvolvimento.



Palavras-chaves:  Complicações, Epidemiologia, Hanseníase