PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍFILIS CONGÊNITA NO ESTADO DE PERNAMBUCO NO ANO DE 2017
MARINALVA HELENA FIRMINO 1, MARTA GLEICE FIRMINO1, YOHANNA CAVALCANTI DE LIMA1, JULIANE DA SILVA CRUZ1, ROBSON MARQUES DA SILVA 1, MAYRA ROSCELI FERREIRA NASCIMENTO LIMA1, YASMIN CAVALCANTI DE LIMA1, CARINA SCANONI MAIA1
1. UFPE - Universidade Federal de Pernambuco, 2. UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco
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A sífilis congênita é o resultado da disseminação hematogênica do Treponema palidum, da gestante infectada não tratada ou inadequadamente tratada para o seu concepto, por via transplacentária. A transmissão pode ocorrer em qualquer fase da gestação, ou mesmo no parto, caso haja lesões vaginais materna. Na maioria dos casos as crianças infectadas não apresentam sintomas ao nascimento, estes surgem, em geral, no terceiro mês de vida. Pode ser classificada como precoce/recente, se diagnosticada até 2 anos, ou tardia, se após esse período.  O objetivo desse trabalho foi analisar o perfil clínico da sífilis congênita em Pernambuco. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, do tipo levantamento retrospectivo realizado na base de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde – DATASUS. No ano de 2017 foram notificados 1.894 casos confirmados de sífilis congênita no estado, destes, 40,02% das mães foram diagnosticadas com sífilis no momento do parto/curetagem, 74,49% realizaram pré-natal, 38,30% não tiveram o parceiro tratado, 59,32% realizaram tratamento no ano de 2017, 45,61% não concluíram o Ensino Fundamental, 83,21% residiam na zona urbana. Com relação às crianças, 79,18% foram classificadas como sífilis congênita recente, 3,43% foram abortados ou nasceram mortos. Dos 1625 nascidos vivos, 2,90% evoluíram para óbito, tendo como causa base a sífilis. É possível observar no estudo que, embora um quantitativo significativo de mulheres tenha realizado pré-natal e o tratamento quando necessário, em muitos casos a doença foi já havia sido transmitida para o concepto e os parceiros não fizeram o tratamento. Nos anos de 2016 e 2017, o Ministério da Saúde enfrentou dificuldades na aquisição de medicamentos utilizados no tratamento da doença, devido à falta de matéria prima no mercado global, tendo sido utilizado um esquema de tratamento. O aumento do número de casos notificados de sífilis congênita no estado, que passou de 61 casos no ano de 2016, para 1894 em 2017, demonstra a necessidade de desenvolvimento de ações efetivas voltadas a seu controle, assim como de educação em saúde para a população, visto tratar-se de uma doença totalmente evitável, desde que seja feito o diagnóstico precoce e estabelecido tratamento adequado para a gestante infectada e seu(s) parceiro(s).



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Pernambuco, Sífilis congênita