ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS DA HANSENÍASE NO ESTADO DE PERNAMBUCO
MARTA GLEICE FIRMINO 1, MARINALVA HELENA FIRMINO1, YOHANNA CAVALCANTI DE LIMA1, EMMANUELA SANTOS COSTA1, JULIA DO ESPÍRITO SANTO MATIAS1, JULIANE DA SILVA CRUZ1, YASMIN CAVALCANTI DE LIMA1, CARINA SCANONI MAIA1
1. UFPE - Universidade Federal de Pernambuco, 2. UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco
martagleice@hotmail.com

A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, causada pelo Mycobacterium leprae. Manifesta-se principalmente por lesões cutâneas com diminuição da sensibilidade tátil, térmica e dolorosa e espessamento neural. É considerada um problema de saúde publica devido a sua magnitude e potencial incapacitante. No ano 2000 a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu a meta para redução da prevalência da hanseníase para menos de 1 caso para cada 10 mil habitantes. No entanto, essa meta até hoje tem se mostrado como um grande desafio. Este trabalho objetivou caracterizar os aspectos clínicos e epidemiológicos da hanseníase no estado de Pernambuco no ano de 2015. Para tanto, foi realizado um estudo documental, retrospectivo, de caráter quantitativo na base de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As variáveis estudadas foram sexo, faixa etária, classificação operacional, número de lesões, grau de incapacidade e esquema terapêutico inicial. Em 2015 o Brasil registrou 35.131 casos de hanseníase, dos quais 15.265 apenas na região Nordeste, sendo Pernambuco responsável por 2.811 notificações. Desse total, 51,9% são do sexo masculino, 27,9% tem entre 35 e 49 anos, 34,7% apresentaram de 2 a 5 lesões de pele, 75,2% apresentaram grau zero de incapacidade, 58,5% foram classificados como multibacilar e o esquema terapêutico adotado em 58,1% dos casos foi a poliquimioterapia multibacilar de 12 doses. Ao se analisar os dados obtidos, nota-se que a hanseníase apresenta uma incidência maior em homens, sendo mais frequente na idade produtiva. 73% dos caso foram registrados em individuos entre 20 e 64 anos, o que devido ao valor social do trabalho provoca um agravamento na situação, pois o estigma contribui para a exclusão social e do mercado de trabalho das pessoas acometidas pela doença. Observou-se que Pernambuco ocupa o quinto lugar no ranking nacional de notificações, com prevalência de 1,87 casos para cada 10 mil habitantes, aproximando-se da meta estabelecida. Contudo, para que esses números continuem diminuindo é necessário que as campanhas de sensibilização, busca ativa dos casos e o tratamento precoce e eficaz sejam estruturados e mantidos ao longo dos anos. É necessário também, que todos os profissionais de saúde estejam aptos para suspeitar da doença e encaminhar o indivíduo para diagnostico e tratamento em tempo apropriado afim de diminuir as complicações decorrentes da incapacidade gerada pela hanseníase.



Palavras-chaves:  Doenças endêmicas, Hanseníase, Perfil Epidemiológico