EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FEBRE AMARELA NO ESTADO DE SÃO PAULO
MARIANA BELMONT CARVALHO XAVIER CRUZ 1, ANTÔNIO RAMOS NOGUEIRA FERNANDES1, IVANICE BEZERRA DA SILVA GOMES1, JOÃO PEREIRA DE ASSIS NETO1, LARA DA ALMEIDA CARDOSO FERREIRA1, LUÍSA ESCOREL DE ARAÚJO SILVA1, NATHÁLIA BARROS MANGUEIRA CAVALCANTI1, CLÉLIA DE ALENCAR XAVIER MOTA1
1. FAMENE - Faculdade de Medicina Nova Esperança, 2. FCM - PB - Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, 3. UFPB - Universidade Federal da Paraíba
maaribelmont@gmail.com

A Febre Amarela é uma doença infecciosa febril aguda, não contagiosa, causada pelo vírus da febre amarela, um arbovírus protótipo do gênero Flavivirus , da família Flaviviridae , transmitido por artrópodes, e que possui dois ciclos epidemiológicos de transmissão distintos: silvestre e urbano. No ciclo urbano, a doença é uma antroponose. Aedes aegypti é seu principal vetor, tanto na América do Sul como na África. No ciclo silvestre, a febre amarela é uma zoonose, transmitida, no continente americano, por mosquitos de hábitos estritamente silvestres, dos gêneros Haemagogus e Sabethes . O objetivo dessa revisão foi organizar e sintetizar o conhecimento atualizado acerca do histórico e da situação atual da febre amarela no Estado de São Paulo. Para a obtenção dos dados, procedeu-se uma busca realizada pela combinação dos descritores: “Febre Amarela”, “Estado de São Paulo” e “Epidemiologia” através da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), nas bases de dados LILACS e MEDLINE e no Portal do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. No Brasil, a febre amarela surgiu pela primeira vez em Pernambuco, no ano de 1685, onde permaneceu durante 10 anos. A realização de grandes campanhas de prevenção possibilitou o controle da epidemia, mantendo um período de silêncio epidemiológico por cerca de 150 anos no país. Em 1898, o estado de São Paulo foi atingindo por uma epidemia de febre amarela. De 2000 a 2010 o estado de São Paulo apresentou três surtos de febre amarela silvestre autóctone. Em dezembro 2016 até maio de 2017 no estado de São Paulo foram notificados ao Ministério da Saúde 3.120 casos suspeitos de febre amarela silvestre, desses, 778 (24,2%) foram confirmados. De julho de 2017 a maio de 2018, foram reportados 1.510 casos suspeitos de Febre Amarela, sendo 590 (39,1%) casos confirmados, com 531 (90%) casos autóctones e 55 (9,3%) importados. Atualmente, desde janeiro de 2017, foram reportados 1.551 casos suspeitos de febre amarela, sendo 627 (40,4%) casos confirmados, com 557 (88,8%) casos autóctones e 66 (10,5%) importados. A epidemia não está controlada no estado e medidas de emergência devem ser tomadas para o controle dos focos de febre amarela silvestre e evitar o ressurgimento da forma urbana da doença. A vacina é essencial para o controle dessa enfermidade.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Febre Amarela, São Paulo