TAXA DE DETECÇÃO DO TRACOMA ENTRE ESCOLARES DO ESTADO DE PERNAMBUCO NO ANO DE 2016
LUDMILA VIEIRA NOGUEIRA DA PAIXÃO 1, GÊNOVA MARIA DE AZEVEDO OLIVEIRA1, FLÁVIA SILVESTRE OUTTES WANDERLEY1, VÂNIA GLAUCINETE DA SILVA BENIGNO1, MICHELLE CAROLINE DA SILVA SANTOS1, AYMÉE MEDEIROS DA ROCHA1, ANA CRISTINA GOMES DA SILVA1, PIETRA LEMOS COSTA1, LUCIANO LINDOLFO1, MARIA DO LIVRAMENTO DE FREITAS1, KÁTIA SAMPAIO COUTINHO1, ALESSANDRA TEDÉIA TENÓRIO NOÉ1, TÂNIA GOMES DE CARVALHO1, RAFAEL FERREIRA DE FRANÇA1
1. SES-PE - Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco
LUDMILAPAIXAO@HOTMAIL.COM

Apesar de ser conhecido milenarmente, o tracoma continua sendo um importante problema de saúde pública e a principal causa de cegueira prevenível no mundo, considerado pelas organizações internacionais da área da saúde como uma doença negligenciada. Em Pernambuco, desde 2011, o tracoma é considerado como doença prioritária por meio do Programa de Enfrentamento às Doenças Negligenciadas – Programa Sanar. Este estudo teve como objetivo estimar a taxa de detecção do tracoma em escolares de 4 a 15 anos da rede pública de ensino de 32 municípios de Pernambuco no ano de 2016. Trata-se de um estudo descritivo no qual foi realizado inquérito escolar amostral do tracoma em 32 municípios do estado. Foi realizado o exame ocular externo com lupa (2,5x), após autorização do responsável, por examinadores treinados para detectar a presença de sinais clínicos de tracoma. Foram examinados 24.228 escolares em 81 escolas públicas. Desses, 896 casos positivos foram detectados, o que resultou numa taxa de detecção (TD) de 3,7%, sendo todos de tracoma inflamatório. Em 9 municípios foi encontrada TD maior que 5%. Foram encontrados em três municípios (Abreu e Lima, Feira Nova e Camutanga) TD maior que 5% nos escolares menores de 10 anos. Todos os casos diagnosticados foram tratados com azitromicina na dose 20mg/kg em dose única, bem como os contatos domiciliares. A Organização Mundial da Saúde considera que a doença está sob controle quando a TD de tracoma ativo em crianças menores de 10 anos encontra-se abaixo de 5%. Apesar da TD encontrada entre os escolares ter sido de 3,7%, três municípios, localizados na região metropolitana e zona da mata, apresentaram TD maiores que 5%, resultados que condizem com a realidade apontada pela literatura que cita as crianças menores de 10 anos mais susceptíveis à doença. Este estudo evidencia a presença de casos de tracoma em Pernambuco e a possibilidade de disseminação da doença na população escolar. Os achados apontam para a necessidade de ações de educação em saúde nas escolas e localidades endêmicas, visando à prevenção da doença através de melhorias de higiene pessoal e familiar, melhorias na qualidade de vida dessas pessoas assim como incluir a vigilância do tracoma na rotina das equipes de saúde dessas áreas.



Palavras-chaves:  escolares, taxa de detecção, tracoma