ANÁLISE DA TUBERCULOSE NO MUNICÍPIO DE RECIFE/PERNAMBUCO |
A tuberculose (TB) é uma doença secular, de carácter infeccioso e expressiva magnitude global. Estima-se que em 2016, ocorreram mais de 12 milhões de casos novos e um milhão de óbitos relacionados à doença. No Brasil, entre os anos de 2001 e 2014 foram confirmados mais de um milhão de casos novos e, desses casos, cerca de 70.000 evoluíram a óbito. Recentemente, o Ministério da Saúde,informou que o estado de Pernambuco ocupa o 3° lugar no Brasil em incidência da doença e Recife ocupa o 1° lugar no coeficiente de mortalidade por tuberculose no país. Embora os esforços para controlar a epidemia tenham reduzido sua mortalidade e incidência, há vários fatores predisponentes a ser controlados a fim de reduzir a carga da doença.O presente trabalho tem como objetivo descrever a prevalência de Diabetes, alcoolismo e uso de drogas ilícitas como fatores de risco para a tuberculose. Trata-se de um estudo descritivo, realizado com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) referentes ao período 2015-2017.Observou-se, de um modo geral, um aumento para ambos os fatores de risco associados à doença, sendo mais expressivos entre os pacientes alcoolistas (32,4%) e entre os usuários de drogas ilícitas (19,7%) quando comparados com a presença de diabetes (12,2%) no ano de 2017. Embora, os fatores de risco abordados sejam relevantes para o surgimento da tuberculose, evidenciou-se maior prevalência entre os pacientes que não os possuíam. Apesar do presente trabalho não ter identificado relação significativa entre os fatores de risco e a TB, inúmeros estudos apontam forte associação entre esses elementos e o risco do desenvolvimento da doença. Além de repercutir diretamente sobre a saúde dos indivíduos, a tuberculose é um problema de saúde pública. Dada a complexidade da combinação de fatores de risco como diabetes, alcoolismo e o uso de drogas ilícitas com a TB associados com o perfil da população acometida, mais trabalhos são importantes para corroborar com essa relação, visto que há poucos estudos epidemiológicos desenvolvidos no Brasil em que tenham sido investigados essas associações. |