PERCEPÇÃO DOS MÉDICOS DO PROGRAMA MAIS MÉDICOS PARA O BRASIL (PMMB) DO INTERIOR DO CEARÁ EM RELAÇÃO SEGURANÇA AO MANEJO DOS PACIENTES COM TUBERCULOSE |
A Tuberculose (TB) é reconhecidamente um grave problema de saúde pública. A OMS a reconhece como a doença infecciosa de maior mortalidade no mundo, superando o HIV e a Malária juntos. Essa pesquisa teve por objetivo investigar a percepção dos médicos bolsistas do Programa Mais Médicos para o Brasil (PMMB) no interior do Ceará em relação a segurança em diagnosticar, tratar e acompanhar os pacientes com Tuberculose. Trata-se de um estudo de corte transversal, que possuiu como metodologia uma análise com médicos bolsistas do PMMB que atuam em 30 municípios das macrorregiões de saúde Cariri e Centro Sul do Ceará, através de questionário padronizado confeccionado por supervisores e tutores do PMMB, coletado em novembro de 2017. Responderam ao questionário 202 médicos (93,5% do total), 98% destes sentem-se seguros quanto a realização do diagnóstico de TB. Os 2% que não se sentem, justificaram que: “seria bem mais fácil se a Secretaria de Saúde local, promovesse cursos de atualização e manejo dessas doenças infectocontagiosas”. 85,1% dos médicos sentem-se seguros quanto a orientar e tratar em caso do surgimento das reações do tratamento para TB e os 14,9% que não se sentem, disseram que: “nunca teve paciente com reações que precisassem de tratamento, pelo tempo sem praticar, não me sinto seguro quanto ao tratamento das reações”; “consigo conduzir a maioria das reações, mas precisa de orientação especializada para as mais raras”; “tem dificuldade para tratar uma reação adversa ao tratamento”. 98% dos médicos sentem-se seguros em relação ao acompanhamento dos pacientes com TB na UBS, enquanto 2% não se sentem por “não terem nenhum caso na unidade e, quando tem algum, eles são acompanhados pelo centro de saúde do município”. Desse modo, no Brasil, o Programa Nacional de Controle da TB implantou a política do Tratamento Diretamente Observado, cujos objetivos principais são: desenvolver vínculo com o usuário, estimular a adesão terapêutica e elevar as taxas de cura. No presente estudo, um percentual elevado de médicos se sentiu seguro em relação ao diagnóstico, acompanhamento e tratamento da Tuberculose e suas complicações. O combate à TB exige uma abordagem ampla, não restrita a ações curativas, mas direcionada a políticas ousadas, como a proteção social ao indivíduo com a doença. Nesse processo, é importante que os profissionais se sintam seguros em relação ao acompanhamento desses pacientes. |