PERCEPÇÃO DOS MÉDICOS DO PROGRAMA MAIS MÉDICOS PARA O BRASIL (PMMB) DO INTERIOR DO CEARÁ EM RELAÇÃO SEGURANÇA AO MANEJO DOS PACIENTES COM HANSENÍASE
HELLEN LIMA ALENCAR 1, ELYSYANA BARROS MOREIRA1, FRANCISCO TELÉSFORO CELESTINO JÚNIOR1, JUCIER GONÇALVEZ JÚNIOR1, MYLLENA MARIA DE MORAIS PEREIRA1, OTÁVIO CRUZ SAMPAIO NETO1, SANDRA BARRETO FERNANDES DA SILVA1, FRANCISCO CARLEIAL FEIJÓ DE SÁ1, CLÁUDIO GLEIDISTON LIMA DA SILVA1, EMMANUELA QUENTAL CALLOU DE SÁ1
1. UFCA - Universidade Federal do Cariri, 2. UFC - Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza. Programa de Residência em Clínica Médica
hellenlimalencar25@gmail.com

A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa de evolução crônica que se caracteriza, principalmente, por lesões cutâneas com diminuição da sensibilidade térmica, dolorosa e tátil, bem como acometimento de nervos periféricos. Essa pesquisa tem como objetivo investigar a percepção dos médicos bolsistas do Programa Mais Médicos para o Brasil (PMMB) no interior do Ceará em relação segurança em diagnosticar, tratar e acompanhar os pacientes com Hanseníase.  Trata-se de um estudo de corte transversal, que possuiu como metodologia uma análise com médicos bolsistas do PMMB que atuam em 30 municípios das macrorregiões de saúde Cariri e Centro Sul do Ceará, através de questionário padronizado confeccionado por supervisores e tutores do PMMB, coletado em março de 2017. Responderam ao questionário 190 médicos (88% do total de médicos), sendo 181(83,8%) questionários preenchidos corretamente. 147(81,2%) médicos responderam que se sentiam seguros em relação ao acompanhamento dos pacientes com Hanseníase, 25(13,8%) não se sentiam e 9(5,0%) não responderam a este quesito. 131(72,4%) se sentiam seguros para diagnosticar a neurite hansênica, 41(22,6%) não se sentiam e 9(5,0%) não responderam a este quesito. 120(66,3%) responderam que se sentiam seguros em tratar a neurite hansênica, 53(29,3%) não se sentiam e 8(4,4%) não responderam a este quesito. Em relação ao diagnóstico das reações hansênicas tipo I e II, 135(74,6%) sentiam-se seguros, 39(21,5%) não se sentiam e 7 (3,9%) não responderam a este quesito. No tocante ao tratamento das reações hansênicas tipo I e II, 124(68,5%) se sentiam seguros, 49(27,1%) não se sentiam e 8(4,4%) não responderam a este quesito. Desse modo , apesar do esforço do Ministério da Saúde em garantir a efetividade do tratamento aos portadores de hanseníase e da constituição multiprofissional da Estratégia de Saúde da Família, a prática clínica e alguns estudos ainda identificam dificuldades no diagnóstico precoce e tratamento da doença. No presente estudo, um percentual elevado de médicos não se sentiu seguro em relação ao diagnóstico, acompanhamento e tratamento da hanseníase, e suas complicações. Portanto, os resultados apresentados são preocupantes, pois inferem que um percentual elevado de médicos não se sente seguro em relação ao manejo de uma doença prevalente nas suas áreas de atuação. Assim, faz-se necessária maior oferta de formação e aperfeiçoamento destes profissionais para o fortalecimento do Programa de Controle da Hanseníase.



Palavras-chaves:  Avaliação em Saúde, Diagnóstico, Hanseníase, Programa Mais Médicos para o Brasil, Tratamento