ANÁLISE DA EPIDEMIOLOGIA DE ACIDENTES ESCORPIÔNICOS NO NORDESTE
HELLEN LIMA ALENCAR 1, LEONARDO PEREIRA TAVARES1, PEDRO PAULO BARBOSA OLIVEIRA1, MARIA DO SOCORRO VIEIRA GADELHA1
1. UFCA - Universidade Federal do Cariri
hellenlimalencar25@gmail.com

Escorpionismo ou Acidente Escorpiônico é um evento tóxico causado pela picada do escorpião – animal peçonhento – que injeta veneno em um organismo através do ferrão (télson). Esse envenenamento é comum no Nordeste, suscitando uma maior divulgação da sua endemicidade e de informações das condutas a serem realizadas pela população. Essa pesquisa visa avaliar o Escorpionismo nos estados do Nordeste, através da análise do número total de casos e de óbitos decorrentes do acidente em todos os anos e da sua incidência por 100.000 habitantes em 2017. Trata-se de um estudo documental, com o qual realizou-se uma pesquisa nos Boletins Epidemiológicos e nos dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde sobre a Situação Epidemiológica desses acidentes. Foram utilizados dados de 2000 a 2017 notificados no Sistema de Notificação de Agravos e Notificação (SINAN). Nesse período, na Região Nordeste, foram notificados 448.323 (47,04%) casos e 573 óbitos (45,58%), constituindo o primeiro lugar do Brasil. Destaca-se os estados de Pernambuco com 104.352 (10,95%) casos e 72 (5,7%) óbitos, da Bahia com 137.712 (14,45 %) casos e 355 (28,24%) óbitos e o de Alagoas com 80.247 (8,42%) casos e 24 (1,9%) óbitos. Quanto a incidência, o Brasil indicou 60,3 casos /100.000 habitantes, notando-se a Região Nordeste com 98,3 casos por 100.000 habitantes. Já Bahia, Pernambuco e Alagoas obtiveram incidência de 92,7 ,155,6 e 272,1 casos por 100.000 habitantes, respectivamente. Analisando os dados, verifica-se uma prevalência dos Acidentes Escorpiônicos no Nordeste, destacando-se a sua incidência em Alagoas, tendo em vista que é o estado com menor número de habitantes entre os citados, segundo o IBGE. Isso se deve, geralmente, aos períodos de enchente e alagamento em algumas cidades, forçando a migração dos escorpiões para locais secos, onde há uma maior densidade populacional. Ademais, no período de 2000 a 2017, o estado do Pernambuco também se sobressai com taxas elevadas e sem redução, diferentemente dos outros estados, aumentando em mais de 15 vezes a incidência desses eventos em 18 anos. Além disso, o acentuado número de óbitos na Bahia, provavelmente, deve-se a sua extensão e à presença dos escorpiões do gênero Tityus , dificultando o rápido atendimento em municípios que são muito distantes de hospitais. Assim, o combate a esse agravo no Nordeste deve ser difundido, sendo imprescindível uma ampla divulgação de cartilhas e manuais de condutas para toda a comunidade.

 



Palavras-chaves:  Animais Peçonhentos, Epidemiologia, Picadas de Escorpião