ANÁLISE DO USO DE ANTIFÚNGICOS EM HOSPITAIS PRIVADOS DE FORTALEZA/CEARÁ. |
Estudos apontam que as infecções fúngicas ocupam terceiro ou quarto lugar como principal causa de infecções hospitalares. Procedimentos cirúrgicos de grande complexidade, múltiplos procedimentos invasivos e terapia antibiótica prolongada são alguns dos fatores que contribuem para o aumento alarmante das infecções fúngicas (PERMAN, 2013). Com isso, buscou-se analisar o uso de antifúngicos em hospitais privados de Fortaleza. O trabalho em questão consistiu em um estudo observacional e retrospectivo, realizado em dez hospitais credenciados a uma Operadora de Planos de Saúde de Fortaleza/CE. Foram analisados os antifúngicos utilizados por pelo menos três dias de tratamento, no período de novembro/2009 a maio/2018. A coleta dos dados foi realizada através de auditoria prospectiva de prontuários médicos. Os dados foram tratados no programa Microsoft Excel for Windows® 2013. Foram analisados 4.513 antifúngicos de 3.438 pacientes, média de 1,31 antibiótico por paciente. A via mais prevalente foi a intravenosa (88,96%) e 43,71% das prescrições foram em UTI. Dentre as classes de antifúngicos mais prescritas encontram-se os triazólicos (63,88% - fluconazol) e equinocandinas (25,45% - micafungina e anidulafungina). O uso de poliênicos foi de apenas 4,82%. Em FIGUEIRO (2018) o uso de fluconazol também ocupou o primeiro lugar (80,25%), entretanto houve diferença em relação aos demais, no qual o segundo antifúngico mais utilizado foi a anfotericina B (9,24%), seguida da caspofungina (5,88%). Dentre as indicações destacam-se as infecções respiratórias (14,53%) e as do trato geniturinário (6,47%), em um estudo realizado em hospitais da região Sudeste o uso de antifúngicos para infecções respiratórias foi inferior as do trato geniturinário, 4,08% e 26,53%, respectivamente. Em relação ao tempo de tratamento, 30,16% (1.361) finalizaram entre 8 a 10 dias. Em 61,57% dos casos foi solicitado cultura para respaldar a prescrição. Neste mesmo período, foram avaliadas 37.286 culturas nestes hospitais, onde 11% foram positivas para fungos, sendo 98% com crscimento de Candida, no qual a espécie mais presente foi Candida albicans , 45%, a mesma encontrada por FIGUEIREDO (39,58%). Diante do exposto, observou-se que os fungos representam um volume significativo de microrganismos responsáveis por infecções hospitalares. Dessa forma é importante a identificação do agente envolvido para guiar a antibioticoterapia. Palavras-chaves: Fungos, infeções hospitalares e antifúngicos. |