MIOPATIA SECUNDÁRIA À VÍRUS CHIKUNGUNYA: RELATO DE CASO
CAMILLA LINS AQUINO DE SOUZA 1, ANNESTELLA DE LIMA PINTO1, KARINA SEABRA DE OLIVEIRA1, PEDRO HENRIQUE HERCULANO LEITE DE ALMEIDA1, PABLO DUARTE LIMA1, TERESA PATRÍCIA ACEBEY CRESPO1
1. UNIPÊ - Centro Universitário de João Pessoa, 2. UFPB - Universidade Federal da Paraíba, 3. FAMENE - Faculdade de Medicina Nova Esperança
camillalins1@hotmail.com

Introdução: A Chikungunya é uma doença causada pelo arbovírus da família Togaviridae. O quadro clássico cursa com febre aguda, artralgia severa e rash cutâneo, contudo, no relato apresentado, a fadiga muscular incapacitante foi o principal sintoma. Objetivos: relatar evolução atípica da doença. Desenho do Estudo: estudo descritivo, retrospectivo, de relato de caso. Métodos: acompanhamento presencial e através de prontuário de paciente com quadro atípico de Chinkungunya no período de Setembro de 2017 a Janeiro de 2018. Resultados Principais: Mulher, 18 anos, relato de febre, cefaleia, dor abdominal difusa, diarreia e desidratação. Houve suspeita de abdômen agudo, descartando apendicite e gravidez ectópica, aprestando melhora com sintomáticos. Sorologia negativa para Dengue e positiva para Chikungunya. Em 15 dias, cursou com fraqueza, paresia e dor muscular, com posterior tetraparesia de predomínio proximal e reflexos normais, sendo levantada a suspeita de Miosite Pós Chikungunya. Evoluiu com piora do quadro muscular, incapacidade de deambular, artralgia leve em joelho e punho e tendinite. Em retorno, foi introduzido Metotrexato (15mg), ácido fólico e suplementação de cálcio e vitamina D, e Prednisona; realização de fisioterapia analgésica. Dosagem de CK MB, CK, PCR, VHS, Hemoglobina, Leucócitos e Plaquetas sem alterações significantes. Realizou Eletroneuromigrafia de MMSS e MMII, concluindo processo miopático difuso compatível com miosite. Em acompanhamento, aumentou-se a dose de Metotrexato (20mg), observando melhora, deambulando com apoio. Devido à alteração de função hepática medicamentosa e melhora clínica, retirou-se gradativamente o Metotrexato e a Prednisona. Discussão: Alguns relatos mostram manifestações musculares pós infecção Chikungunya. A miopatia em certos membros e a mialgia intensa foram citados, contudo mais estudos são necessários para evidenciar melhor relação com o vírus. Conclusão: Por ser uma doença nova em nosso meio, as repercussões clínicas da Chikungunya ainda não são totalmente conhecidas. Para que haja um melhor direcionamento e tratamento do paciente, deve-se estar atento para a presença e evolução de diagnósticos diferencias de Chikungunya.



Palavras-chaves:  Miopatia, Chikungunya, Arbovirose