PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA NA REGIÃO SUL DO CEARÁ |
A sífilis é uma doença infectocontagiosa, causada pela bactéria Treponema pallidum , que vem se mantendo como problema de saúde pública até os dias atuais. Sua transmissão pode ocorrer para o feto, pela via transplacentária durante a gestação, provocando a Sífilis Congênita (SC), favorecendo a ocorrência de aborto e má formação do feto, podendo levar a sequelas como cegueira, surdez e deficiência mental no bebê, além do risco aumentado de morte ao nascer. Nesse sentido, o objetivo o presente estudo é analisar os casos de sífilis congênita na Região do Cariri no Sul do Ceará. Para tanto, foi realizado um estudo descritivo baseado nos dados disponíveis no DATASUS, a partir de dados do (SINAN), os mesmos foram coletados do período de 2016 a 2017. Nesse período, foram notificados 150 casos de sífilis congênita, sendo 62 em 2016 e 88 no ano de 2017. Em ambos os anos, nota-se a predominância do número de gestantes que realizaram o pré-natal, 90,32% e 85,25%, em 2016 e 2017, respectivamente. Bem como, os dados são semelhantes quanto à faixa etária do nascido, 98,39% dos casos tinham 0-6 dias e 1,61% 7-27 dias no ano de 2016, em 2017 obtiveram-se 95,45% dos casos com 0-6 dias, 3,41% 7-27 dias e 1,14% 28 a 364 dias. Contudo, ao se tratar do diagnóstico, a maioria dos casos (54,84%) de sífilis materna em 2016 foram diagnosticados durante o pré-natal e o diagnóstico durante o parto/curetagem ocupou o segundo lugar (27,42%), em 2017 ocorre o oposto, diagnósticos durante o parto/curetagem estavam no topo da lista (46,59%), seguido por aquele realizado durante o pré-natal (42,05%). Em ambos os períodos a minoria dos diagnósticos são realizados após o parto. Um fato importante é o tratamento dos parceiros, relevante para evitar o aumento do contágio pela SC, percebe-se que 37,50% (2016) e 20,97% (2017) dos mesmos não aderiram ao tratamento, o que pode vir a dificultar ainda mais o trabalho dos serviços de saúde. Destarte, é evidente o aumento expressivo (41,94%) dos casos ocorridos de um ano para o outro, apesar de haver campanhas e do fácil diagnóstico e tratamento, o que vem a despertar o olhar mais atencioso para essa questão na saúde pública. |