FREQUÊNCIA DE ANTICORPOS, DETECÇÃO MOLECULAR E TENTATIVA DE ISOLAMENTO DE Leptospira sp. A PARTIR DO TRATO GENITURINÁRIO DE SUÍNOS ABATIDOS NA MICRORREGIÃO DE CATOLÉ DO ROCHA, ESTADO DA PARAÍBA, BRASIL |
A leptospirose é uma doença infectocontagiosa que afeta os animais domésticos e silvestres, sendo uma importante zoonose. Nos suínos causa problemas reprodutivos como abortos, leitegadas fracas e infertilidade, levando a diversos prejuízos econômicos para os criadores. O presente trabalho objetivou determinar a presença da Leptospira sp. no trato geniturinário de suínos abatidos na microrregião de Catolé do Rocha - PB, através da realização do diagnóstico sorológico, molecular e da tentativa de isolamento do agente. Foram coletadas amostras de 50 suínos (22 machos e 28 fêmeas) abatidos no matadouro municipal de Brejo do Cruz - PB, entre agosto de 2016 a abril de 2017; sendo coletados o sangue (soro), fragmento renal, secreção vaginal e urina. As amostras foram processadas no Laboratório de Doenças Transmissíveis (LDT/UFCG), onde o diagnóstico sorológico foi realizado pela técnica de soroaglutinação microscópica (SAM). Para a tentativa de isolamento, as amostras de fragmento renal, secreção vaginal e urina, foram cultivadas em meio EMJH, incubadas a 28°C e acompanhadas semanalmente por 12 semanas. Para o diagnóstico molecular os mesmos espécimes foram submetidos a reação da Cadeia da Polimerase (PCR) no Laboratório de Biologia Molecular do Semiárido (BIOLMOL/UFCG). Dos 50 suínos examinados, 20 apresentaram aglutininas anti- Leptospira sp. (frequência de 40%). Entre os 20 soropositivos 10 (50%) foram para o sorovar Tarassovi, e 5 (25%) para Bratislava, ainda reagiram para Pomona 3 (15%), Bataviae 1 (5%) e Icterohaemorrhagiae 1 (5%). No diagnóstico molecular foram detectados 10 animais positivos, sendo 7 a partir da urina e 3 a partir da secreção vaginal. Na tentativa de isolamento não houve crescimento nas amostras cultivadas. Os resultados sugerem a pouca participação de outros hospedeiros na transmissão das leptospiras para os suínos da região, e alertam para a preocupação com medidas preventivas como: vacinação dos suínos, limpeza e desinfecção das instalações, destino apropriado dos dejetos dos criatórios, o uso de luvas e botas para pessoas expostas ao contato direto com esses animais; evitar contato com lixo e água de enchentes e esgotos, com o objetivo de minimizar os riscos da ocorrência da doença nos criatórios entre os animais e sua transmissão para os seres humanos. |