FREQUÊNCIA DE ANTICORPOS, DETECÇÃO MOLECULAR E TENTATIVA DE ISOLAMENTO DE Leptospira sp. A PARTIR DO TRATO GENITURINÁRIO DE SUÍNOS ABATIDOS NA MICRORREGIÃO DE CATOLÉ DO ROCHA, ESTADO DA PARAÍBA, BRASIL
JUCIÊ JALES FERNANDES1, DIEGO FIGUEIREDO DA COSTA1, MARIA LUANA CRISTINY RODRIGUES SILVA1, CLEBERT JOSÉ ALVES1, SERGIO SANTOS DE AZEVEDO 1, SEVERINO SILVANO DOS SANTOS HIGINO 1
1. UFCG - Universidade Federal de Campina Grande
jucieferjandes@hotmail.com

A leptospirose é uma doença infectocontagiosa que afeta os animais domésticos e silvestres, sendo uma importante zoonose. Nos suínos causa problemas reprodutivos como abortos, leitegadas fracas e infertilidade, levando a diversos prejuízos econômicos para os criadores. O presente trabalho objetivou determinar a presença da Leptospira sp. no trato geniturinário de suínos abatidos na microrregião de Catolé do Rocha - PB, através da realização do diagnóstico sorológico, molecular e da tentativa de isolamento do agente. Foram coletadas amostras de 50 suínos (22 machos e 28 fêmeas) abatidos no matadouro municipal de Brejo do Cruz - PB, entre agosto de 2016 a abril de 2017; sendo coletados o sangue (soro), fragmento renal, secreção vaginal e urina. As amostras foram processadas no Laboratório de Doenças Transmissíveis (LDT/UFCG), onde o diagnóstico sorológico foi realizado pela técnica de soroaglutinação microscópica (SAM). Para a tentativa de isolamento, as amostras de fragmento renal, secreção vaginal e urina, foram cultivadas em meio EMJH, incubadas a 28°C e acompanhadas semanalmente por 12 semanas. Para o diagnóstico molecular os mesmos espécimes foram submetidos a reação da Cadeia da Polimerase (PCR) no Laboratório de Biologia Molecular do Semiárido (BIOLMOL/UFCG). Dos 50 suínos examinados, 20 apresentaram aglutininas anti- Leptospira sp. (frequência de 40%). Entre os 20 soropositivos 10 (50%) foram para o sorovar Tarassovi, e 5 (25%) para Bratislava, ainda reagiram para Pomona 3 (15%), Bataviae 1 (5%) e Icterohaemorrhagiae 1 (5%). No diagnóstico molecular foram detectados 10 animais positivos, sendo 7 a partir da urina e 3 a partir da secreção vaginal. Na tentativa de isolamento não houve crescimento nas amostras cultivadas. Os resultados sugerem a pouca participação de outros hospedeiros na transmissão das leptospiras para os suínos da região, e alertam para a preocupação com medidas preventivas como: vacinação dos suínos, limpeza e desinfecção das instalações, destino apropriado dos dejetos dos criatórios, o uso de luvas e botas para pessoas expostas ao contato direto com esses animais; evitar contato com lixo e água de enchentes e esgotos, com o objetivo de minimizar os riscos da ocorrência da doença nos criatórios entre os animais e sua transmissão para os seres humanos.



Palavras-chaves:  Leptospirose, Matadouros, Saúde pública, Zoonose