Infecções Sexualmente Transmissíveis e comportamento sexual de risco entre viajantes internacionais
GEILSON CARLOS DE LIMA ARAÚJO 1, PEDRO COSTA LIMA1, PAULA LUNA DE OLIVEIRA LEITE1, ÁGUEDA CRISTINA DA COSTA FERNANDES1, ANDREA DE AMORIM PEREIRA BARROS1
1. UFCG - Universidade Federal da Campina Grande
geilson.arj@gmail.com

Diariamente, milhares de pessoas fazem viagens internacionais e isso contribui para a mudança do perfil epidemiológico das infecções ao redor do mundo, dentre elas as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), pois com o aumento do fluxo de pessoas os viajantes passaram a ser um grupo de risco para a transmissão de ISTs. Esse estudo objetiva esclarecer, por meio de uma revisão sistemática, quais os comportamentos de risco adotados pelos viajantes e as medidas que devem ser tomadas para fortalecer a prevenção contra as ISTs relacionadas a viagem. Foram consultadas as bases de dados Pubmed , Lilacs e ScienceDirect, utilizando as palavras “ Sexually transmitted infections” e “Travel”, “STI” e “ Travel”, sendo selecionados os artigos de 2010 a 2018, em inglês, resultando em 703 publicações, sendo incluídas as que possuíam no seu título alguma correspondência com o tema; 26 artigos foram lidos integralmente e foram selecionados os 10 mais convergentes com o tema. Os viajantes são um grupo de risco para a transmissão internacional de ISTs, e os estudos apontam os comportamentos sexuais adotados pelos viajantes, como a prática de sexo casual, o não uso de preservativos, múltiplos parceiros e outros aspectos de risco, como ser do sexo masculino, solteiro, ter intenções sexuais ao viajar, uso de drogas e histórico de IST. Cerca de 82% dos viajantes adotaram pelo menos um comportamento de risco durante a viagem. Esse cenário pode promover uma redistribuição de agentes infeciosos e a variabilidade de parceiros sexuais de diferentes países aumenta o risco de aquisição de patógenos raramente encontrados no país de origem do viajante, pois durante uma viagem os viajantes entrevistados apresentaram uma interação sexual com nativos chegando até a 67%, mas apenas 42% usaram preservativos. Diante disso, há medidas voltadas à prevenção das ISTs, como as orientações e o aconselhamento pelas companhias de viagem, a distribuição de livretos sobre ISTs e a distribuição de preservativos aos viajantes. Os que receberam os livretos utilizaram preservativos de forma mais consistente, e o ato de distribuir a camisinha foi um forte preditor de sexo protegido. Estudos as ISTs relacionadas a viagens ajudam a ampliar o horizonte sobre as possíveis infecções e tratamentos voltados aos viajantes. É importante também fornecer livretos contendo informações acerca das ISTs, sobre a prevenção e também a orientação para a busca de serviços médicos em situações pós-exposição de risco.



Palavras-chaves:  DST, IST, Medicina de Viagem