Infecções Sexualmente Transmissíveis e comportamento sexual de risco entre viajantes internacionais |
Diariamente, milhares de pessoas fazem viagens internacionais e isso contribui para a mudança do perfil epidemiológico das infecções ao redor do mundo, dentre elas as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), pois com o aumento do fluxo de pessoas os viajantes passaram a ser um grupo de risco para a transmissão de ISTs. Esse estudo objetiva esclarecer, por meio de uma revisão sistemática, quais os comportamentos de risco adotados pelos viajantes e as medidas que devem ser tomadas para fortalecer a prevenção contra as ISTs relacionadas a viagem. Foram consultadas as bases de dados Pubmed , Lilacs e ScienceDirect, utilizando as palavras “ Sexually transmitted infections” e “Travel”, “STI” e “ Travel”, sendo selecionados os artigos de 2010 a 2018, em inglês, resultando em 703 publicações, sendo incluídas as que possuíam no seu título alguma correspondência com o tema; 26 artigos foram lidos integralmente e foram selecionados os 10 mais convergentes com o tema. Os viajantes são um grupo de risco para a transmissão internacional de ISTs, e os estudos apontam os comportamentos sexuais adotados pelos viajantes, como a prática de sexo casual, o não uso de preservativos, múltiplos parceiros e outros aspectos de risco, como ser do sexo masculino, solteiro, ter intenções sexuais ao viajar, uso de drogas e histórico de IST. Cerca de 82% dos viajantes adotaram pelo menos um comportamento de risco durante a viagem. Esse cenário pode promover uma redistribuição de agentes infeciosos e a variabilidade de parceiros sexuais de diferentes países aumenta o risco de aquisição de patógenos raramente encontrados no país de origem do viajante, pois durante uma viagem os viajantes entrevistados apresentaram uma interação sexual com nativos chegando até a 67%, mas apenas 42% usaram preservativos. Diante disso, há medidas voltadas à prevenção das ISTs, como as orientações e o aconselhamento pelas companhias de viagem, a distribuição de livretos sobre ISTs e a distribuição de preservativos aos viajantes. Os que receberam os livretos utilizaram preservativos de forma mais consistente, e o ato de distribuir a camisinha foi um forte preditor de sexo protegido. Estudos as ISTs relacionadas a viagens ajudam a ampliar o horizonte sobre as possíveis infecções e tratamentos voltados aos viajantes. É importante também fornecer livretos contendo informações acerca das ISTs, sobre a prevenção e também a orientação para a busca de serviços médicos em situações pós-exposição de risco. |