DETECÇÃO MOLECULAR DE ARBOVÍRUS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA NA REGIÃO METROPOLITANA DE RECIFE UTILIZANDO FTA CARDS, UM NOVO MÉTODO DE COLETA DE SALIVA, EM ARMADILHAS BR-OVT ADESIVAS
LARISSA KROKOVSKY 1, MARCELO HENRIQUE SANTOS PAIVA1, DUSCHINKA RIBEIRO DUARTE GUEDES1, CONSTÂNCIA FLÁVIA JUNQUEIRA AYRES1, ROSÂNGELA MARIA RODRIGUES BARBOSA1
1. IAM/FIOCRUZ-PE - Instituto Aggeu Magalhães/FIOCRUZ-PE, 2. UFPE-CAA - Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico do Agreste
larissakro@hotmail.com

No Brasil, o vírus dengue (DENV) vem acometendo milhões de pessoas ao longo dos anos, desde o primeiro relato da sua circulação. Com a recente introdução dos vírus Zika (ZIKV) e Cikungunya (CHIKV) em 2015, a situação epidemiológica, em locais com prévia circulação de DENV como a região Nordeste, se agravou nos anos seguintes (2016 e 2017). Apesar da queda considerável no número de casos prováveis de zika em 2018, o controle de vetores, que é a principal forma de prevenção dessas arboviroses, deve ser contínuo. A vigilância de arbovirus nos vetores através da detecção viral na população de mosquitos de campo é uma atividade realizada por grupos de pesquisas e depende da captura e conservação dos espécimes de forma adequada e posui uma logística laboriosa. Entretanto, um novo método de coleta de saliva de mosquitos utilizando cartões de papel filtro (FTA cards ) embebidos com mel, pode ser usado como isca para mosquitos adultos, que depositam saliva no cartão. Para o sistema de vigilância, o uso desse método é um avanço uma vez que a coleta utilizada para adultos necessita da habilidade do operador, da armadinha e do comportamento dos mosquitos em estudo. Diante do exposto, o objetivo desse trabalho foi avaliar por RT-qPCR a circulação de DENV, ZIKV e CHIKV em FTA cards distribuídos em diferentes localidades da Região Metropolitana do Recife (RMR). Esses cartões foram instalados em campo acoplados em armadilhas do tipo BR-OVT adesivas, espalhadas em um bairro residencial (Bongi) e em hospitais da RMR. Os cartões permaneceram em campo e foram trocados a cada sete dias, totalizando dois cartões por cada localidade do Bongi e quatro por hospitais. As amostras recebidas foram acondicionadas a -80 ºC e foi realizada extração de RNA, posteriormente as amostras foram analisadas por RT-qPCR para DENV, ZIKV e CHIKV. No período de abril a agosto de 2017 foram instalados em campo 121 cards em 63 endereços do Bongi e 36 cards em nove hospitais, onde foi identificada apenas a presença de ZIKV em 19 cartões do Bongi. A identificação de vírus em populações de campo de mosquitos é parte fundamental dos programas de vigilância de vetores e o uso dos cartões de maneira regular deve ser visto como importante ferramenta nesse processo devido a logística, custo e alcance que podem oferecer, principalmente para direcionar os programas de contrle para os locais de maior risco de transmissão.

Apoio: Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (FACEPE) e CNPq

 



Palavras-chaves:  armadilha BR-OVT adesiva, FTA cards, vigilância entomológica, RT-qPCR