PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR FILARIOSE NO BRASIL
JENIFFER OLIVEIRA DE SOUSA ¹, FELIPE ALVES LOUZEIRO¹, EVA HADASSA CARDOSO DE SOUSA¹, EMANUELLA PEREIRA RIBEIRO¹, EMANUEL PEREIRA DIAS MOREIRA¹, EDYLANA ALVES DE CARVALHO¹, CYNARA CRISTHINA ARAGÃO PEREIRA¹
1. UFPI - Universidade Federal do Piauí
abf.spatos.jeniffer@gmail.com

Os agentes causadores da filariose são nematoides das espécies Wuchereria bancrofti, Brugia malayi e B. timori . No Brasil, a espécie de maior interesse de estudo é W. bancrofti , agente etiológico da filariose linfática. Esta é uma enfermidade permanente, ocasionada pela picada da fêmea Culex quinquefasciatus. Segundo Organização Mundial de Saúde (OMS), essa doença alcança níveis mundiais, com maior prevalência em países tropicais. Assim, o objetivo deste estudo foi verificar o perfil epidemiológico de mortalidade por filariose no Brasil. Trata-se de um estudo de desenho transversal, com abordagem quantitativa, descritiva e retrospectiva. O cenário de estudo foi o Brasil, que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) possui área de 8.515.759,090 km ² , população de 207.660.929, distribuídas em 5.570 municípios, 26 estados e um Distrito Federal. Os dados foram coletados no Painel de Monitoramento da Mortalidade CID-10, Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), da Coordenação-Geral de Informação e Análise Epidemiológica (CGIAE/MS). As variáveis analisadas foram sexo, faixa etária, raça/cor, meses; nos anos de 2008 a 2017. No decorrer de todo período analisado, ocorreram 79 óbitos por filariose no Brasil. Quanto ao sexo, predominou o masculino (n=44; 55,7%). Já a faixa etária predominante de óbitos por filariose foi de 60 a 69 anos (n=19; 24,1%). Em relação à raça/cor, a branca (n=55; 69,6%) se destacou. O mês de outubro apresentou mais óbitos que os outros meses (n=12; 15,2%). As regiões brasileiras com óbitos por filariose são, por ordem crescente: Sul (n=7; 9,1%), Norte e Centro-Oeste (n=10; 12,6%), Sudeste (n=20; 25,2%) e Nordeste (n=32; 40,5%). A filariose linfática é endêmica, presente nas regiões quentes e úmidas, ocorrendo na maioria dos casos nas áreas urbanas. Pode ocorrer, também, de acordo com condições socioeconômicas, como ausência de saneamento básico, precariedade na infraestrutura urbana, acarretando na proliferação do agente causador da doença. Contudo, os casos de mortalidade por filariose no Brasil, estão presentes em maior parte na região Nordeste, nos meses de outubro a maio, pois é o período que apresenta o clima mais úmido e quente, favorecendo assim a reprodução e propagação desses mosquitos.