AVALIAÇÃO DO ESCORE DE RISCO CARDIOVASCULAR GLOBAL EM PORTADORES DE DOENÇA DE CHAGAS ATENDIDOS EM UM SERVIÇO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA
FRANCISCA MYLENA MELGAÇO NUNES1, JULIETH MESQUITA LACERDA 1, ALANNA CARLA COSTA1, CARLOS EDUARDO MENEZES VIANA1, EDUDO AR1, ANA ROSA PINTO QUIDUTE1, ALBERTO NOVAES RAMOS JÚNIOR1, MARIA GORETTI RODRIGUES DE QUEIROZ1, MARIA DE FÁTIMA OLIVEIRA1, RAQUEL CARVALHO MONTENEGRO1
1. UFC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
juliethmesquita@hotmail.com

Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) determinam elevada morbi-mortalidade no Brasil, sendo responsáveis por cerca de 20% das mortes em indivíduos acima de 30 anos. Dessa forma, é fundamental conhecer a magnitude dos fatores de risco cardiovascular (CV) para estimar o risco de possíveis eventos CV, dando ênfase em portadores de Doença de Chagas (DC), visto que estes dados nessa população ainda são desconhecidos na literatura. Objetivo: Avaliar o escore de risco CV global em pacientes com DC na forma cardíaca (FC) e indeterminada (FI). Desenho do estudo: Trata-se de um estudo descritivo e transversal. Métodos: O estudo foi realizado no Laboratório de Pesquisa em Doença de Chagas de março de 2017 a maio de 2018. Os indivíduos foram divididos quanto à forma da doença: FC e FI. A estratificação do risco CV global em 10 anos para homens e mulheres foi baseada na V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção Aterosclerose, classificando os indivíduos como: baixo risco, risco intermediário e alto risco para desenvolvimento de DCV. Resultados: Avaliou-se 102 indivíduos, sendo 54 FC e 48 FI, com idade média de 55,1 e 54,9 respectivamente. 84% (N=86) dos portadores de DC apresentaram risco intermediário a alto para ocorrência de eventos CV em 10 anos. A análise das formas indicou que na FC 92,6% (N=50) apresentaram risco intermediário a alto para ocorrência de eventos CV em 10 anos e 75% (N=36) na FI. Na avaliação do alto risco CV observou-se uma prevalência de 32,27% (N=37) nos portadores de DC, na analise das formas observou-se alto risco em 53,7% (N=29) de FC e 16,66% de FI (N=8). Discussão: As DCV englobam infarto do miocárdio, acidente vascular encefálico e insuficiência cardíaca, além de estar relacionada a dislipidemias e aterosclerose. Supoe-se que portadores da DC, possuem maiores risco desenvolverem  eventos CV. Nos portadores da FC, esse risco aumenta devido a alterações causadas pelo T. cruzi nas celulas do miocardio.Na FI há forte risco de desencadear alterações cardíacas, podendo evoluir para a FC. Resaltando assim, que não existem estudos que corelacionem a DC e o escores de risco CV na literatura. Conclusão: Diante do exposto, percebe-se uma alta prevalência do risco intermediário a alto em portadores da DC, com ênfase na FC. A mesma apresentado risco maioritariamente alto, o que pode culminar em uma somatória de risco CV para os portadores de DC, enfatizando a necessidade de estudos posteriores para o melhor entendimento dessa associação.



Palavras-chaves:  Doenças Cardiovasculares, Doença de Chagas, Prevalência