AVALIAÇÃO DO ESCORE DE RISCO CARDIOVASCULAR GLOBAL EM PORTADORES DE DOENÇA DE CHAGAS ATENDIDOS EM UM SERVIÇO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA |
Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) determinam elevada morbi-mortalidade no Brasil, sendo responsáveis por cerca de 20% das mortes em indivíduos acima de 30 anos. Dessa forma, é fundamental conhecer a magnitude dos fatores de risco cardiovascular (CV) para estimar o risco de possíveis eventos CV, dando ênfase em portadores de Doença de Chagas (DC), visto que estes dados nessa população ainda são desconhecidos na literatura. Objetivo: Avaliar o escore de risco CV global em pacientes com DC na forma cardíaca (FC) e indeterminada (FI). Desenho do estudo: Trata-se de um estudo descritivo e transversal. Métodos: O estudo foi realizado no Laboratório de Pesquisa em Doença de Chagas de março de 2017 a maio de 2018. Os indivíduos foram divididos quanto à forma da doença: FC e FI. A estratificação do risco CV global em 10 anos para homens e mulheres foi baseada na V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção Aterosclerose, classificando os indivíduos como: baixo risco, risco intermediário e alto risco para desenvolvimento de DCV. Resultados: Avaliou-se 102 indivíduos, sendo 54 FC e 48 FI, com idade média de 55,1 e 54,9 respectivamente. 84% (N=86) dos portadores de DC apresentaram risco intermediário a alto para ocorrência de eventos CV em 10 anos. A análise das formas indicou que na FC 92,6% (N=50) apresentaram risco intermediário a alto para ocorrência de eventos CV em 10 anos e 75% (N=36) na FI. Na avaliação do alto risco CV observou-se uma prevalência de 32,27% (N=37) nos portadores de DC, na analise das formas observou-se alto risco em 53,7% (N=29) de FC e 16,66% de FI (N=8). Discussão: As DCV englobam infarto do miocárdio, acidente vascular encefálico e insuficiência cardíaca, além de estar relacionada a dislipidemias e aterosclerose. Supoe-se que portadores da DC, possuem maiores risco desenvolverem eventos CV. Nos portadores da FC, esse risco aumenta devido a alterações causadas pelo T. cruzi nas celulas do miocardio.Na FI há forte risco de desencadear alterações cardíacas, podendo evoluir para a FC. Resaltando assim, que não existem estudos que corelacionem a DC e o escores de risco CV na literatura. Conclusão: Diante do exposto, percebe-se uma alta prevalência do risco intermediário a alto em portadores da DC, com ênfase na FC. A mesma apresentado risco maioritariamente alto, o que pode culminar em uma somatória de risco CV para os portadores de DC, enfatizando a necessidade de estudos posteriores para o melhor entendimento dessa associação. |