PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS FOCOS DE RAIVA DOS HERBÍVOROS NO ESTADO DO CEARÁ – BRASIL, NOS ANOS DE 2015 A 2017.
JARIER DE OLIVEIRA MORENO 1, KELLYN KESSIENE SOUSA CAVALCANTE1, FRANCISCO RÓGER AGUIAR CAVALCANTE1, CLARICE PESSOA ALMEIDA1, AVATAR MARTINS LOUREIRO1, CARLOS HENRIQUE ALENCAR1
1. UFC - Universidade Federal do Ceará, 2. ADAGRI - Agęncia de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará
jarier_vet@msn.com

A raiva consiste em uma antropozoonose, caracterizada por uma encefalomielite viral aguda, causada por vírus da família Rhabdoviridae , gênero Lyssavirus. O morcego hematófago Desmodus rotundus é o principal transmissor da raiva dos herbívoros, o que traz prejuízos econômicos aos produtores rurais e risco à população humana. A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará através do Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros é responsável pelas ações de prevenção e controle. O objetivo do estudo foi descrever as características dos focos suspeitos de raiva dos herbívoros no estado do Ceará, de 2015 a 2017. Realizou-se estudo transversal descritivo, através dos formulários de investigação de doenças (FORM IN) e de exames para síndrome neurológica (FORM SN). As variáveis estudadas foram ano de notificação, ocorrência por núcleo regional e município, origem da notificação, espécie acometida e resultado laboratorial. Os dados foram analisados através do programa Stata® 11.2. O ano de 2017 teve 43,8% das notificações, seguido do ano de 2015 (28,4%) e 2016 (27,9%). Os produtores rurais notificaram 39,4% dos eventos, seguidos de notificações por terceiros (36,1%) e 24,5% pelo serviço veterinário oficial. As regionais Cariri e Vale do Jaguaribe foram responsáveis por 46,2% dos atendimentos e apenas o município de Aurora obteve 13,5% das notificações. Das notificações, 61% foram da espécie bovina, seguida por morcego hematófago (20,7%). Das amostras analisadas, 38,9% foram positivas. As atividades de vigilância ativa nas propriedades, cadastramento de abrigos e captura de morcegos hematófagos têm sido realizadas principalmente nas regionais Cariri e Vale do Jaguaribe, embora os maiores rebanhos bovinos encontrem-se nas regionais Centro-Sul e Sertão Central. O município de Aurora teve um caso humano de raiva por transmissão de morcego hematófago em 2016, sendo realizado um intenso trabalho de vigilância na região. O alto percentual de amostras positivas mostra a necessidade contínua do trabalho para prevenção de casos em animais e seres humanos. A vigilância da raiva dos herbívoros é realizada em parceria com as Secretarias de Agricultura, Saúde e Ematerce, com atividades de sensibilização aos produtores rurais. A vigilância da raiva dos herbívoros deve abranger de forma homogênea as regiões do estado, por meio da melhoria da vigilância ativa e sensibilização dos produtores quanto à notificação de casos suspeitos de enfermidade nervosa.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, focos, raiva