ATIVIDADE ANTIVIRAL DA PRÓPOLIS VERMELHA DE ALAGOAS CONTRA O VÍRUS ZIKA IN VITRO
FABIO EMANUEL FRANÇA DOS SANTOS 1, STEPHANNIE JANAINA MAIA SOUZA1, ELANE CONCEIÇÃO SANTOS1, THIAGO PINA GOES ARAÚJO1, GRAZIELLE LOBO COELHO1, MARIA JÚLIA TENÓRIO COSTA CINÉSIO OLIVEIRA1, ANDREY BRENDOW FERREIRA LIMA1, JAMILE TANIELE-SILVA1, LETÍCIA ANDERSON1, TICIANO GOMES NASCIMENTO1, ÊNIO JOSÉ BASSI1
1. LAPEVI/ICBS/UFAL - Laboratório de Pesquisas em Virologia e Imunologia, Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Alagoas, 2. CESMAC - Centro Universitário CESMAC, 3. ESENFAR/UFAL - Escola de Enfermagem e Farmácia/ESENFAR - Universidade Federal de Alagoas
fabioshevchenko1@gmail.com

O vírus Zika (ZIKV) é um arbovírus causador de uma doença febril de caráter agudo que tem sido associada a microcefalia e à síndrome de Guillain-Barré, sendo assim um grave problema de saúde pública. Atualmente ainda não existem medicamentos específicos para o tratamento desta infecção, assim, torna-se de extrema importância a descoberta de novos compostos que possam apresentar atividade biológica contra esse vírus. A própolis vermelha é um composto natural alvo de muitos estudos farmacológicos apresentando atividades antibacteriana, anti-inflamatória e antiviral. Assim, o objetivo deste estudo consistiu em avaliar a ação antiviral do extrato bruto (EB) e frações hexânica (FH) e acetato de etila (FAE) da própolis vermelha de Alagoas contra o ZIKV in vitro . Inicialmente, a citotoxicidade da própolis vermelha e frações foi avaliada in vitro por meio do ensaio de MTT com diferentes concentrações dos compostos no cultivo de células Vero E6 para determinação da concentração máxima não tóxica para estas células (CMNT). Para avaliação da atividade antiviral inicialmente foi realizada a adsorção do ZIKV em células Vero E6 por 1h seguido da remoção do sobrenadante e incubação por 72h na presença de diferentes concentrações do EB, FH e FAE da própolis vermelha. Após este período, foi realizado o ensaio colorimétrico de MTT para determinação da percentagem de inibição da replicação viral utilizando-se a fórmula: (absorbância da amostra com composto – absorbância do controle viral) / (absorbância do controle celular – controle viral) x 100%. A CMNT obtida foi de 100 µg/mL para o EB e 10 µg/mL para ambas as frações FH e FAE. Assim, foram testadas concentrações de 100 à 3,125 µg/ml do EB e de 10 à 0,3125 µg/ml para as frações FH e FAE para avaliar a atividade antiviral destes compostos no ensaio de pós-tratamento. Neste ensaio, os compostos apresentaram atividade antiviral contra ZIKV in vitro , alcançando os valores de 100% de inibição da replicação viral para o EB, 80% para FH e 55% para FAE nas maiores concentrações testadas. Este estudo demonstrou que a própolis vermelha de Alagoas possui uma promissora atividade antiviral contra o ZIKV in vitro . Assim, estudos futuros para elucidação do mecanismo de ação e detecção e isolamento de moléculas biologicamente ativas presentes deverão ser realizados, contribuindo para o desenvolvimento de novos fármacos para o tratamento desta arbovirose.



Palavras-chaves:  Vírus Zika, Antivirais, Própolis, Arbovirose, Compostos naturais