Relato de Caso: Sequelas físicas e psicológicas causadas pela Hanseníase- Caririaçu,Ceará
CAMILA FLORINDA NASCIMENTO MARTINS 1, NATÁLIA DOS SANTOS ALMEIDA1, WANESSA PEREIRA DE MORAIS1, NATHÁLIA JOANA NUNES ALMEIDA1, JULIANA RIBEIRO FRANCELINO SAMPAIO1
1. FJN - Faculdade Juazeiro do Norte
camilafnm30@gmail.com

A hanseníase é uma doença crônica infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium leprae , que infecta os nervos periféricos, principalmente os nervos superficiais da pele. O aspecto clínico dominante é o acometimento dermato-neurológico, que pode acarretar deformidades ósseo-articulares e outras sequelas. Os sentimentos relacionados à doença que afetam os portadores envolvem medo, vergonha, culpa, exclusão social e a rejeição. O objetivo deste trabalho consiste em relatar caso do paciente J. H., de 35 anos de idade, morador do município de Caririaçu no sul do Ceará. O diagnóstico da doença foi dado quanto ele tinha 13 anos, e passou 3 anos e meio em tratamento. Durante a entrevista realizada com o paciente, o mesmo relata que não foi fácil receber esse diagnóstico, pois morava numa cidade pequena com pouco mais de 20.000 habitantes, onde as pessoas da cidade se conheciam entre si. Por conta do estigma da hanseníase, de ser associada à “lepra” e sua exclusão social, o paciente relatou ter sofrido um forte preconceito, sendo até afastado da escola, pois todos temiam “pegar” a doença e inclusive perdeu várias amizades. O paciente relatou as sequelas físicas que a patologia causou como: perda parcial dos movimentos da mão esquerda e imensa deformidade das mãos, inclusive perdendo a anatomia dos dedos, amputação do dedo de um dos pés e um ferimento no pé que ainda está aberto e que precisa conviver com elas no cotidiano. Hoje está casado e tem duas filhas e as pessoas o aceitam mais, pois observam que as filhas nasceram normais e concluem que ele se curou da doença, mas mesmo assim ele afirma ser difícil conviver com as deformidades. As doenças negligenciadas precisam ser monitoradas e trabalhadas com mais afinco, a hanseníase deve ser prioridade da Vigilância em Saúde e das ações da Atenção Primária a fim de reduzir a prevalência da doença, pois as sequelas físicas, psicológicas e sociais são também um agravo de saúde pública.

 

 



Palavras-chaves:  Doenças Negligenciadas, Hanseníase, Vigilância em Saúde Pública