TÉTANO ACIDENTAL: AVALIAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE ÓBITO EM EXTREMOS DE IDADE E MÉTODOS DE PREVENÇÃO
RAISSA ARAGÃO GOMES DA CUNHA1, ALLAN MALHEIROS STOLTEMBERG1, ANA FLÁVIA DE OLIVEIRA GALVÃO1, CLARISSE VIEIRA DE ALMEIDA1, DANIELA MOLITOR DE SOUZA1, HENRIQUE EDUARDO ROMÃO ARBOÉS1, JORGE JOSÉ SOUSA PINTO1, ARIANE PEREIRA DOS SANTOS1
1. UNP - Universidade Potiguar, 2. HGT - Hospital Giselda Trigueiro
raissa_agc@hotmail.com

O tétano acidental, doença infecciosa aguda não contagiosa causada por exotoxinas do Clostridium tetani , transmite-se via introdução de esporos em ferimentos superficiais ou profundos de qualquer natureza. Por tratar-se de doença com alta taxa de morbimortalidade, a prevenção é primordial. O objetivo é comparar, por estudo epidemiológico descritivo, o número de casos de óbito por tétano acidental em indivíduos ≤ 14 anos e naqueles ≥ 60 anos (idosos) nos períodos de 1997-2006 e 2007-2016. Realizou-se coleta de dados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) referentes aos casos notificados de óbito por tétano acidental nos períodos de 1997-2006 e 2007-2016 em indivíduos ≤ 14 anos e idosos. Posteriormente, comparou-se os resultados de cada grupo. No período de 1997-2006 foram notificados 1.823 casos de óbito por tétano acidental, dos quais 106 (5,81%) ocorreram em ≤ 14 anos e 724 (39,71%) em ≥ 60 anos. Nos 10 anos subsequentes (2007-2016) notificaram-se 1.039 casos de óbito, dos quais 45 (4,33%) ocorreram no subgrupo jovem e 428 (41,19%) em idosos. A análise dos resultados permite concluir que a redução dos casos de óbito em ≤ 14 anos é algo esperado e deve-se ao sucesso da aplicabilidade do calendário vacinal brasileiro, no qual as crianças recebem toxóide tetânico aos 2, 4, 6, 15 e 48 meses de idade, aplicando-se reforço a cada 10 anos (inicialmente aos 14 anos). Em contrapartida, apesar do número absoluto de óbito em idosos ter reduzido em relação ao período inicialmente avaliado, observa-se aumento da incidência dos casos, de 39,71% para 41,19%. Tal aumento reflete possível falha da aplicação do esquema de condutas profiláticas em indivíduos expostos a ferimentos, principalmente em idosos tão vulneráveis a quedas, evento de alta prevalência nesse grupo populacional e que pode culminar em risco de infecção de soluções de continuidade pelo Clostridium tetani . Diante disso, é essencial que profissionais de saúde, principalmente em serviços de pronto-atendimento, atentem-se à adequada aplicação do esquema de condutas profiláticas de acordo com o tipo de ferimento e situação vacinal, avaliando necessidade do uso de métodos profiláticos com imunização antitetânica ativa e/ou passiva. Idosos, geralmente por desconhecer os métodos de prevenção, tornam-se vulneráveis à desatualização de cartão vacinal, evento de risco para infecção e morte decorrente de tétano acidental.



Palavras-chaves:   Idoso, Prevenção de Doenças, Tétano