APENDAGITE EPIPLÓICA: RELATO DE CASO
RAISSA ARAGÃO GOMES DA CUNHA1, ALLAN MALHEIROS STOLTEMBERG1, ANA FLÁVIA DE OLIVEIRA GALVÃO1, CLARISSE VIEIRA DE ALMEIDA1, DANIELA MOLITOR DE SOUZA1, HENRIQUE EDUARDO ROMÃO ARBOÉS1, ISA MARYANA ARAÚJO BEZERRA DE MACEDO1, JORGE JOSÉ SOUSA PINTO1, THIAGO VALE SANTIAGO1
1. UNP - Universidade Potiguar, 2. HGT - Hospital Giselda Trigueiro
raissa_agc@hotmail.com

A apendagite epiplóica (AE) é uma condição rara, benigna e autolimitada, que deve ser considerada no diagnóstico diferencial da dor abdominal aguda. Decorre do infarto isquêmico de um apêndice epiplóico, causado por torção ou trombose espontânea da veia que o drena, tendo como principal sintoma dor em fossa ilíaca esquerda (FIE). Trata-se de um estudo descritivo cujo objetivo é relatar um caso de apendagite epiplóica que evoluiu com possível quadro infeccioso. M.F.N, feminino, 32 anos, buscou atendimento com queixa de dor abdominal intensa, em quadrante inferior esquerdo, há 02 dias. Foram solicitados exames laboratoriais, que revelaram leucocitose com neutrofilia, e Tomografia Computadorizada (TC) de abdome, a qual evidenciou discreta densificação dos planos adiposos adjacentes a segmento do cólon descendente, inespecífica, sugerindo AE incipiente. Foi submetida a acompanhamento domiciliar com antiinflamatório, com melhora parcial da dor. Após término do tratamento, retornou ao serviço de saúde com piora do quadro álgico. Ao exame físico apresentava-se com fácies de dor, abdome distendido e doloroso à palpação superficial e profunda em FIE, com sinal de Blumberg negativo. Diante disso, foi realizada internação hospitalar para administração de terapia endovenosa (EV). À admissão apresentou PCR elevada, e hemograma revelando manutenção da leucocitose com neutrofilia. Nova TC com contraste evidenciou pequena área ovalada, com densidade semelhante à da gordura, associada ao borramento de planos gordurosos adjacentes, junto à parede lateral do cólon descendente, compatível com apendagite. Foi submetida à antibioticoterapia EV, com evolução favorável. A AE acomete principalmente indivíduos entre 20 e 50 anos . A queixa mais comum é a dor abdominal, inespecífica, em FIE, assim como apresentado no caso relatado. O diagnóstico baseia-se em achados de TC associados à clínica do paciente. A importância do diagnóstico da AE se dá pelo diagnóstico diferencial com outras enfermidades, tais como apendicite, diverticulite e colecistite, uma vez que pode evitar intervenções cirúrgicas desnecessárias. Tendo em vista que o tratamento é prioritariamente conservador, o caso apresentou como particularidade a piora do quadro de dor após término de tratamento domiciliar, sendo necessária internação hospitalar para administração de antibioticoterapia endovenosa associada ao uso de antiinflamatórios, com resolução do quadro, sugerindo um possível quadro infeccioso associado.



Palavras-chaves:  Abdome agudo, Apendagite, Apendicite Epiploica