SÍNDROME GUILLAIN BARRÉ EM PACIENTE HIV: DIAGNÓSTICO E CONDUTA
ESMAILYN CASTILLO SANTANA1, BEATRIZ BRITTES KAMIENSKY1, CLAUDIO ESTEBAN BAUTISTA BRANAGAN 1, CRISTIANE DA CRUZ LAMAS1, ANDREA GINA VARON1, MARCO ANTONIO SALES DANTAS DE LIMA 1
1. INI - Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas
CLAUDIOB404@HOTMAIL.COM

A Síndrome de Guillain-Barré (SGB) é uma doença autoimune que acomete primordialmente a mielina dos nervos periféricos de forma aguda. É a maior causa de paralisia flácida generalizada no mundo, com incidência anual de 1–4 casos por 100.000 habitantes e pico entre 20 e 40 anos. Normalmente é precedida por um quadro infeccioso. O HIV pode causar quadros neurológicos, incluindo a SGB. Objetivo: relatar caso de um paciente HIV que debutou com SGB. Desenho do estudo: estudo descritivo com dados obtidos durante a estadia do paciente no hospital. Relato de caso: paciente masculino, 42 anos, previamente hígido. Nas 3 semanas anteriores a consulta teve parestesia de extremidades, dificuldade para deambular, retenção urinária, constipação e diplopia. Negou febre, disúria ou diarreia. Ao exame: regular estado geral, orientado, hipoestesia bilateral em face, tetraparesia flácida, reflexos profundos abolidos, reflexo cutâneo plantar bilateral indiferente, hipoestesia profunda, Romberg positivo, capacidade vital preservada. Laboratório : HIV reagente, CV 26.607 cópias, CD4 94 células (5,36%), VDRL 1:8. Fundoscopia: sem alterações. Liquor: 6 cels/mm3 (100% mononucleares), proteínas 84,5mg/dL, glicose 51 mg/dL; VDRL 1:2. ENMG: polineuropatia sensitivo motora com padrão desmielinizante. Paciente fez penicilina cristalina por 14 dias, IgIV por 5 dias e iniciou TARV (TDF 3TC DTG) no terceiro  dia da internação. Devido à melhora evolutiva recebeu alta hospitalar com acompanhamento ambulatorial com infectologia e fisioterapia. Resultados: observou-se que o diagnóstico da SGB em estágio inicial e o tratamento adequado são essenciais para diminuir o tempo de recuperação, minimizando as complicações da fase aguda e os déficits neurológicos residuais. Discussão : neste caso se confirma a importância da realização do diagnóstico do HIV em pacientes com quadros neurológicos. Aproximadamente 60%-70% dos pacientes com SGB apresentam alguma doença aguda precedente, embora HIV não seja a principal causa desta síndrome, seu diagnóstico deve ser pensado. O diagnóstico da SGB é primariamente clínico, porém os exames complementares (análise do líquor e ENMG) são necessários para confirmação da hipótese diagnóstica. Conclu são: este caso demonstra a relevância da avaliação clínica de um paciente com parestesia e da realização de exames complementários, incluindo teste para HIV, visto que a SGB pode apresentar-se em etapas precoces da infecção até concomitante com a soroconversão.



Palavras-chaves:  Diagnóstico, HIV, Paralisia, Parestesia, Síndrome Guillain Barré