AVALIAÇÃO DA RESPOSTA VIROLÓGICA SUSTENTADA EM PORTADORES DE HEPATITE C TRATADOS COM OS ANTIVIRAIS DE AÇÃO DIRETA DE SEGUNDA GERAÇÃO: EXPERIÊNCIA INICIAL EM CENTROS DE REFERÊNCIA, EM RECIFE, BRASIL |
Os antivirais de ação direta (DAAs) permitem o tratamento de pacientes com doença hepática avançada pela hepatite C (HCV) e foram introduzidos recentemente no Brasil em 2015. Objetivo: Avaliar a efetividade dos novos DAAs em dois centros de referência em tratamento da hepatite C. Desenho do estudo: Estudo longitudinal, do tipo coorte, com componente prospectivo e retrospectivo. Métodos :Foram incluídos 112 pacientes da Unidade de Transplante do Hospital Oswaldo Cruz (HUOC/UPE) e do Serviço de Gastroenterologia do Hospital das Clínicas da UFPE (HC), em Recife-PE, maiores de 18 anos. Os dados foram obtidos por entrevista e consulta a prontuários e avaliação laboratorial da carga viral para determinar resposta virológica sustentada (RVS) 12 semanas após o final do tratamento. As análises estatísticas foram realizadas com o programa SPSS Statistics, versão 25, p <0,05. Resultados: A taxa de RVS foi de 106 (94,6%) dos 112 pacientes em nosso estudo. Predominaram os genótipos 1b (57%) e 3 (26,7%), sem diferenças entre respondedores e não respondedores (p=0,0794). Igualmente, os estágios de fibrose F2 e F3 não se associaram a diferença na resposta à terapia. Os transplantados de fígado apresentaram resposta à terapia equivalente ao dos não transplantados (p=1). O tempo de tratamento escolhido também não demonstrou diferenças. Porém, a maioria dos respondedores utilizou o sofosbuvir associado ao daclatasvir + ribavirina (62,3%) enquanto o grupo não respondedor se tratou principalmente com sofosbuvir e simeprevir + ribavirina (83,3%) (p= 0,018). A maioria (67,9%) dos respondedores mostrou carga viral menor que 12 UI/m já na semana 4 de tratamento. Discussão: Os resultados corroboram pesquisas recentes que demonstram altas taxas de RVS com os novos DAAs,independente de genótipo e grau de fibrose. Conclusão: O estudo confirmou a elevada efetividade dos novos DAAs, sobretudo o esquema sofosbuvir com daclatasvir + .ribavirina no tratamento do HCV. Porém, demonstra que o grau de fibrose, transplante de fígado ou genótipo não se associam a diferença na resposta sustentada à terapêutica |