CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DE HANSENÍASE NO ESTADO DO CEARÁ: UMA ANÁLISE RETROSPECTIVA.
KARLA DAYSIANNE SOBREIRA LANDIM 1
1. FJN - Faculdade de Juazeiro do Norte
karladaysianne.kd@gmail.com

A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae com alto potencial incapacitante, caracterizada por lesão (ões) e/ou área (s) da pele com alteração da sensibilidade térmica e/ou dolorosa e/ou tátil; espessamento de nervo periférico, associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas. O presente estudo tem como objetivo determinar a prevalência e evolução da Hanseníase no Estado do Ceará. Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e retrospectivo. A amostra constituiu-se por dados notificados no Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN), referente ao período de 2007 a 2016. Foi possível constatar que no período de 2007 a 2016 foram notificados 21.335 casos da doença, sendo 6.930 destes na capital, Fortaleza, que contribuiu com 32% das notificações ao longo do período, tendo, portanto, uma importância epidemiológica para o controle da endemia no Ceará. No período de 2007 a 2016 houve uma redução de 37,4% na taxa de detecção geral do Estado. A maior taxa de detecção ocorreu em 2008, sendo 30,4/100.000 habitantes. Em relação ao gênero, houve predominância de infecção no sexo masculino, com média registrada de 55,7% e entre as mulheres 44,3%. Quanto à proporção de cura e abandono, observa-se um aumento no abandono do tratamento e diminuição do indicador de cura a partir de 2014, que permaneceu em situação regular, ao longo da série, exceto nos anos 2008 e 2013, que alcançou a taxa de 90%, classificado como Bom, pelos critérios do Ministério da Saúde. Verificou-se crescimento de 15,4% dos casos de hanseníase multibacilar, o que sugere o diagnóstico tardio da doença e, consequentemente, amplia, nas pessoas acometidas pela hanseníase, o risco de desenvolver alguma incapacidade física. No ano de 2007. A distribuição da hanseníase no Ceará ocorre de maneira desigual entre os municípios. Dessa forma, é necessário que os gestores conheçam a situação epidemiológica local para definirem as ações prioritárias de acordo com cada situação. Uma das preocupações é em relação aos 18,5% dos municípios do Estado que apresentam coeficientes de detecção da doença nulos. Esse quadro de silêncio pode ser entendido como uma nova realidade epidemiológica na região ou ausência de ações de busca ativa de casos novos. Conclui-se que a avaliação primária prestada aos pacientes com Hanseníase é um fator importante e a conclusão do tratamento no tempo previsto é indispensável para diminuição da carga da doença.



Palavras-chaves:  Hanseníase, Mycobacterium leprae, Notificação