ANÁLISE DO CONTROLE QUÍMICO SOBRE A INFESTAÇÃO VETORIAL DA DOENÇA DE CHAGAS EM PERNAMBUCO, DE 2006 A 2015.
PAULA BRAGA FERREIRA SILVA1, GÊNOVA MARIA DE AZEVEDO OLIVEIRA 1, EDNALDO CARVALHO SILVA1, MICHELLE CAROLINE DA SILVA SANTOS1, JOSÉ ALEXANDRE MENEZES DA SILVA1
1. SES-PE - SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO, 2. IHMT-UNL - Instituto de Higiene e Medicina Tropical - Universidade Nova de Lisboa
paulabraga.ufpe@gmail.com

A Doença de Chagas (DC) configura-se como um importante problema de saúde pública sendo transmitida principalmente pelo vetor triatomíneo. As ações de vigilância vetorial (ativa e passiva) e o controle químico são realizados nos municípios que apresentam risco de transmissão da DC em Pernambuco, como forma de impedir o estabelecimento de novos focos de transmissão vetorial. O objetivo deste trabalho foi descrever a relação entre as frequências anuais de unidades domiciliares submetidas ao controle químico vetorial e a influência na taxa de infestação vetorial de triatomíneos no intradomicílio em uma região endêmica do Sertão de Pernambuco.   Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo transversal.  As análises foram realizadas partir de dados secundários da base estadual do Sistema de Informação do Programa de Controle da Doença de Chagas, de 2006 a 2015, em doze municípios de abrangência da X Gerência Regional de Saúde . Entre os resultados observamos que as espécies de triatomíneos mais frequentes capturadas no ambiente intradomiciliar foram: Triatoma brasiliensis (44,2%) , Panstrogylus lutzi (30,9%), Triatoma pseudomaculata ( 21,7% ) , Triatoma petrochiae (1,7%) , e Panstrogylus megistus (0,8%) . O índice de infestação intradomicilliar variou de 34,4% em 2006 para 13,3% em 2015. Em 2006, um total de 1.356 Unidades Domiciliares (UD) estavam infestadas com a presença do vetor, sendo realizado o controle químico em um total de 1.522 domicílios. Em 2015, o total de UD positivas foi de 1.545 sendo tratadas apenas 73% destas (1.133). Do total de triatomíneos coletados no intradomicilio (12.257) 9,8%, das principais espécies encontradas, estavam infectados com protozoários flagelados do gênero Tripanosoma. Observou-se  uma diminuição na frequência de unidades domiciliares positivas para a presença de triatomíneos o que pode estar relacionado ao efeito da ação do controle químico. Entretanto, nota-se a coexistência de triatomíneos sinantrópicos de importância epidemiológica positivos para o T. Cruzi sugerindo a permanência do risco de transmissão vetorial da DC nos municípios estudados. Além da estratégia utilizada para o enfrentamento desta doença negligenciada, deve-se fomentar políticas públicas que visem a melhoria nas condições socioeconômicas e sanitárias das populações vulneráveis.



Palavras-chaves:  Controle vetorial, Doença de Chagas, Triatomíneos