Avaliação dos Programas de Hanseníase e Tuberculose em Unidades de Saúde no Estado de Pernambuco |
A avaliação, como componente da gestão em saúde, tem como propósito fundamental dar suporte aos processos decisórios no âmbito do sistema de saúde. Deve subsidiar a identificação de problemas e reorientar ações e serviços desenvolvidos. Este estudo teve como objetivo avaliar as ações dos Programas de Controle da Hanseníase e Tuberculose em Unidades de Saúde da Família (USF) em Pernambuco no período de 2015 a 2017. Trata-se de um estudo de avaliação realizado pelo Programa de Enfrentamento às Doenças Negligenciadas – SANAR, da Secretaria de Saúde de Pernambuco em 15 municípios, considerados prioritários por apresentarem indicadores críticos para Hanseníase e Tuberculose. A partir de um modelo lógico e matrizes de análise e julgamento foram elencados indicadores de estrutura e de processo. Para cada indicador foi definido um “ padrão ” e atribuído uma “ pontuação”. A soma da pontuação de cada indicador significa o resultado do desempenho da USF e gestão, podendo apresentar classificação final, mediante os seguintes escores: Bom (80 a 100%), Regular (60 a 79,9%), Ruim (40 a 59,9%) e Crítico (<40%). Para a estrutura contemplou-se recursos humanos e materiais e o processo envolve ações como: diagnóstico, acompanhamento dos casos, exame de contatos e atividades educativas. No período de 2015 a 2017, foram preenchidos os questionários durante a realização do assessoramento de 373 equipes de saúde, abrangendo 3.166 profissionais. No s 15 municípios avaliados percebeu-se que a dimensão processo apresentou piores resultados comparando-se à estrutura. Tal fato se justifica pois o processo de trabalho envolve além da atuação profissional, integração intersetorial e estruturação da rede de atenção à saúde. Com relação ao resultado final dos municípios: nove apresentaram escore ruim, três regular, um crítico, um não foi analisado quanto à gestão e um encontra-se em fase de conclusão. Os principais problemas encontrados foram: carência de insumos e recursos materiais; deficiência na integração entre programas, como exemplo: assistência farmacêutica, laboratório, vigilância e atenção básica para a garantia da integralidade da assistência à saúde. A estratégia possibilita a reorientação da prática em serviço pelos profissionais da USF e o fortalecimento da integração entre Vigilância Epidemiológica e Atenção Básica. Percebe-se ainda a necessidade de priorização e continuidade das ações pelos gestores municipais. |