MODELAGEM TEMPORAL DA ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA NO NORDESTE BRASILEIRO, 1996-2015.
JOÃO PAULO SILVA DE PAIVA1, THIAGO CAVALCANTI LEAL1, LEONARDO FEITOSA DA SILVA1, BRUNO EDUARDO BASTOS ROLIM NUNES1, FRANKLIN GERÔNIMO BISPO SANTOS1, CARLOS DORNELS FREIRE DE SOUZA1
1. UFAL - Universidade Federal de Alagoas
joao.paiva@arapiraca.ufal.br

A Esquistossomose é uma doença infecto-parasitária causada pelo Schistosoma mansoni e cujo vetor é o caramujo do gênero Biomphalaria . No Brasil, estima-se que 1,5 milhões de pessoas vivem em áreas de risco de transmissão da doença. Objetivou-se analisar a evolução temporal das taxas de mortalidade e internações, bem como o percentual de positividade nos estados do Nordeste brasileiro entre 1996 e 2015. Trata-se de um estudo ecológico. Os dados foram obtidos no DATASUS e IBGE. Para a análise, aplicou-se o modelo de regressão segmentada ( joinpoint regression ). Calculou-se o APC ( Annual Percent Change) com Intervalo de Confiança 95% (IC 95%). A tendência foi classificada em crescente, estacionária ou decrescente. Significância 5%. A região Nordeste apresentou tendência decrescente para o percentual de positividade (APC: -4,7|IC: -5,4; -3,9) e para a taxa de internação (APC: -17,7|IC: -23,1; -11,9), e tendência estacionária para a mortalidade (APC: -0,8|IC: -2,0; 0,5). O percentual de positividade apresentou tendência crescente nos estados de PE (APC: 35,1|IC: 26,6; 44,2) e AL (APC: 27,7|IC: 23,8; 31,7), ao passo que em SE (APC: -27,4|IC -30,7; -23,9), BA (APC: -25,6|IC: -32,1; -18,6) e MA (APC: -3,4|IC: -5,1; -1,7) houveram tendências decrescentes. A taxa de internação mostrou tendência decrescente em AL (APC: -32,8|IC: -39,5; -25,2), CE (APC: -24,0|IC: -40,8; -2,4), BA (APC: -19,4|IC: -25,2; -13,3), SE (APC: -18,6|IC: -28,3; -7,6) e PE (APC: -13,2|IC: -15,4; -11,0). Na taxa de mortalidade, CE (APC: -7,2|IC: -11,9; -2,3) e AL (APC: -5,1|IC: -8,1; -2,1) apresentaram tendências decrescentes, enquanto SE (APC: 4,1|IC: 1,0; 7,3) e BA (APC: 2,9|IC: 1,4; 4,4) apresentaram tendências crescentes. A ausência de dados sobre mortalidade e internações inviabilizou a análise do Piauí. O MA não apresentava dados sobre internações. As particularidades em cada estado podem estar relacionadas com os aspectos sociais, econômicos e ambientais. Assim, intervenções devem ser adaptadas a essas realidades e baseadas em prioridades. Pode concluir que a doença ainda é um problema de saúde persistente no Nordeste, embora avanços sejam observados no que diz respeito à internação, percentual de positividade e mortalidade. Os estados de PE e AL apresentam transmissão ativa e SE e BA apresentam crescimento da mortalidade.



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Esquistossomose mansoni, Estudos de Séries Temporais