MORTALIDADE DE TUBERCULOSE NO BRASIL, 1990-2015: REGRESSÃO POR PONTOS DE INFLEXÃO. |
A tuberculose (TB) é uns dos principais problemas de saúde em muitos países. Mundialmente, a doença figura entre as dez principais causas de mortes, contabilizando aproximadamente 10 milhões de mortes a cada ano. O trabalho objetivou analisar a tendência da mortalidade da TB no Brasil entre 1990 e 2015. Estudo ecológico de séries temporais. Foi analisado o coeficiente de mortalidade da TB/100.000 hab. Os dados foram obtidos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). A análise de tendência foi realizada utilizando Joinpoint Regression . Calculou-se o APC ( Annual Percent Change ) e o AAPC ( Average Annual Percent Change ) com intervalo de confiança de 95% (IC95%). Significância 5%. A tendência foi classificada em estacionária, crescente e decrescente. A tendência de redução foi encontrada no Brasil (AAPC: -1,9|IC: -2,4; -1,4) e em todas as regiões: Sul (AAPC: -1.8|IC: -3,3; -0,3), Sudeste (AAPC: -2,7|IC: -3,1; -2,2), Centro-oeste (AAPC: -1,3|IC: -2,2; -0,4), Norte (AAPC:-1,0|IC: -1,3; -0,6) e Nordeste (AAPC:-0,5|IC:-0,9; -0,01). O Brasil apresentou três tendências: decrescente entre 1990 e 1998 (APC: -5,8|IC: -8,0; -3,6), estacionária entre 1998 e 2003 (APC: 0,5|IC: -0,3; -1,3) e decrescente a partir de 2003 (APC: -1,9|IC: -2,3; -1,4). Foi encontrada tendência crescente em AL (AAPC: 1,0|IC: 0,2; 1,8) e, em 12, observou-se padrão decrescente (RO, AC, RR, AP, BA, MG, RJ, SP, PR, SC, MS e DF), com destaque para MG (AAPC: -3,3|IC: -4,2; -2,4) e SP (AAPC: -3,0|IC: -3,6; -2,4). As diferenças observadas entre os estados podem ter relação com a qualidade dos sistemas de vigilância e dos serviços de acompanhamento dos doentes. Constatou-se redução da mortalidade da TB, com destaque para a região sudeste. As diferenças constatadas entre os estados merecem uma investigação aprofundada para a identificar as possíveis causas. |