Frequência de episódios micóticos na população de Sobral-CE: uma análise epidemiológica.
MARCELO ARAÚJO GUANABARA 1, MARIA EDUARDA CAVALCANTE PIRES DE CASTRO STUDART1, RENAN LOPES VASCONCELOS1, ANDREZA BRANDÃO THEOPHILO LIMA1, LUANA CARLOS DE FREITAS1, MARCOS VINÍCIUS BEZERRA LOIOLA1, JORGE LUIS PIRES DE MORAES1, FELIPE PINHEIRO MENDES1, JOSÉ FRANCISCO IGOR SIQUEIRA FERREIRA1, LETÍCIA BENEVIDES CAVALCANTE SOARES1, NATANAEL PONTE DE OLIVEIRA1, RAFAEL LUCAS SIMÕES DOS SANTOS1
1. UFC - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA
marceloguanabara67@gmail.com

Micoses são infecções causadas por fungos, e, dependendo de seu nível de penetração na pele, são classificadas em superficiais, cutâneas, subcutâneas e sistêmicas. Sua ocorrência se relaciona a condições de umidade e higiene dos indivíduos acometidos. As micoses superficiais são as que não provocam resposta inflamatória mais profunda, e nesse grupo se incluem tinhas e pitiríase versicolor. Nessas ocasiões, os fungos invadem a camada córnea, os pelos e as unhas, degradando-os e liberando antígenos que desencadeiam inflamação superficial. O objetivo desse estudo é avaliar a prevalência de micoses superficiais no município de Sobral-CE. É um estudo transversal com abordagem quantitativa, utilizando 90 entrevistados, maiores de idade, abordados em uma campanha em praça pública no município. 60% dos entrevistados são do sexo feminino, ao passo que 40% do sexo masculino. Em relação a escolaridade, 21,1% dos entrevistados possui ensino superior completo, 31,1% ensino superior incompleto, 15,6% ensino médio completo, 15,6% ensino médio incompleto, 3,3% ensino fundamental completo, 11,1% ensino fundamental incompleto e 2,2% analfabetismo. Perguntados se tem ou já tiveram algum tipo de micose em sua vida, 66,7% dos entrevistados respondeu que sim, contra 33,3% não. Sobre o local atingido, 77,6% responderam que a micose afetou a pele, 17,2% as unhas, 1,7% o couro cabeludo e 6,9% outros órgãos. Dos interrogados que souberam citar o tipo de micose que apresentou, 43,2% relataram tinha (frieira ou em outras partes do corpo), 36,4% pitiríase versicolor, 11,4% onicomicose e 9,1% candidíase. Em relação ao tratamento, 62,5% fez uso da medicação indicada pelo médico, 19,6% usou receita caseira, 12,5% iniciou o tratamento mas não concluiu e 5,4% não fez uso de medicamentos. Dados os resultados, percebe-se que mais de 50% dos participantes relataram pelo menos 1 episódio micótico na vida, dos quais predominaram as afecções de pele. Observa-se que ao menos um terço dos pacientes não fez uso da medicação indicada pelo profissional de saúde de forma correta, abandonando no meio do tratamento ou utilizando fórmulas caseiras. Esse fato aponta uma possível falha nos tratamentos originais ou erros de diagnóstico. O grande número de micoses afetando a pele, como pitiríase versicolor e tinha, mostra a necessidade de ações de educação em saúde com foco preventivo, estimulando atitudes como boa higiene corporal e adesão correta aos tratamentos indicados.



Palavras-chaves:  epidemiologia, micoses, saúde pública