NOVOS ACHADOS PALEOPARASITOLÓGICOS NA GRUTA DO GENTIO ll, SÍTIO ARQUEOLÓGICO EM MINAS GERIAS, BRASIL (12,000- 3,500 A.P). PRESENÇA DE
OVOS DE NEMATODA DA SUBORDEM STRONGYLIDA.
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Paleoparasitologia é a ciência que estuda parasitas em material arqueológico ou paleontológico. Dentre diferentes tipos de amostras, os coprólitos, fezes fossilizadas ou dissecadas, podem dar informações sobre o hospedeiro, a dieta, os parasitas e o meio ambiente. No Brasil, a paleoparasitologia começou a se destacar na década de 70 com as pesquisas conduzidas pelo Dr. Luiz Fernando Ferreira e o Dr. Adauto Araújo em diversos sítios arqueológicos, incluindo a Gruta do Gentio II (GGII), um sítio localizado em Unaí, Minas Gerais. GGII possui a datação de 12,000 a 3,500 A.P (Antes do Presente) e representa a primeira fase arqueológica da cultura ceramista Una do Brasil. GGII é caracterizada por ser uma gruta ritualística com evidências se assentamento humano, possui indícios de diferentes estágios de domesticação de milho, vasta variedade de enterramentos e cestarias complexas. Em análises anteriores, o sítio apresentou coprólitos humanos contendo ovos de ancilostomídeos, assim como uma múmia de treze anos de idade infectada com ovos de nematoda da subordem Strongylida. Neste estudo, novos coprólitos da GGII foram analisados e associados com suas localizações geográficas dentro do sítio arqueológico. Dois coprólitos foram submetidos às análises paleoparasitológicas. Os resultados apresentaram um ovo com morfologia e morfometria sugestiva de Trichostrongylus spp na primeira amostra, a camada estratigráfica onde o coprólito foi identifiicado é datada em 3.490+/- 410 A.P, assim como sua associação com uma fogueira na parte norte da gruta. Adicionalmente, a segunda amostra é associada a entrada da gruta, o ovo de parasita encontrado apresentou morfologia e morfometria sugestivas de Ancylostoma sp., e a camada que a amostra foi identificada possui datação de 8.125 a 7.295 A.P. Ambos parasitas são geohelmintos, parasitos que indicam rotas alternativas para o povoamento da América, dada ao ciclo biológico necessitar um desenvolvimento em temperaturas tropicais e alta umidade no solo, o que não explicaria a chegada destes parasitas via Beringia. Mais análises estão em andamento para a identificação genética de informações da origem de cada coprólito. |