PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES COM SÍFILIS ATENDIDOS EM AMBULATÓRIO DE DERMATOLOGIA
ANA BEATRIZ ARAÚJO LEITE1, ALBÉRICO DE FREITAS CARVALHO1, CLÁUDIA DE CARVALHO VITAL 1, EVARDO BARROS DE DEUS NUNES JÚNIOR 1, FELIPE MARINHO ROCHA DE MACÊDO 1, FERNANDA ELIZABETHE DOS RAMOS ALVES 1, GABRIELLA DE PAULA TAVARES 1, PAULO VICTOR AMORIM MARQUES1, PEDRO HENRIQUE DE PAULA LEMOS 1, PRISCILA DE MELO VASCONCELOS JUST1, RODRIGO FÉLIX RAPOSO DA COSTA PEREIRA 1, SILVANA MARIA DE MORAIS CAVALCANTI 1, ANGELA CRISTINA RAPELA MEDEIROS1
1. UPE - Universidade de Pernambuco , 2. FPS - Faculdade Pernambucana de Saúde , 3. HUOC - Hospital Universitário Oswaldo Cruz
araujol.anabeatriz@gmail.com

A sífilis é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Treponema pallidum mais comum em jovens e sem predileção por etnia ou sexo. Sua transmissão ocorre principalmente pelo contato sexual e transmissão vertical. É de caráter sistêmico podendo evoluir com períodos de atividade primária, secundária, terciaria e latência. Seu período ativo varia desde uma única lesão, o cancro duro, a erupções generalizadas e acometimento dos sistemas nervoso e cardiovascular. O diagnóstico inclui testes sorológicos para anticorpo não treponema e antitreponema, além de outros imunoensaios. No Brasil, no período de 2010 a junho de 2016, foi notificado no Sistema de Informação de Agravos de Notificação um total de 227.663 casos de sífilis adquirida, o que mostra a alta prevalência da doença em nosso meio. Diante disso, esse trabalho teve como objetivo correlacionar os perfis clínico, epidemiológico e laboratorial dos pacientes atendidos no ambulatório de dermatologia do HUOC-PE, entre julho de 2017 e fevereiro de 2018 com diagnóstico de sífilis. Trata-se de um estudo descritivo, observacional transversal, no qual foi descrito o evento estudado, sem manipulação das variáveis. Durante a coleta de dados, os pacientes com suspeita clínica de sífilis responderam um formulário semiestruturado e a confirmação do diagnóstico se deu através dos títulos de VDRL. O tratamento foi realizado no serviço com subsequente acompanhamento ambulatorial. Foram diagnosticados, no total, oito pacientes com sífilis com idade média de 45 anos, sendo todos pertencentes a região metropolitana do Recife. Para as apresentações clínicas, 75% foram de sífilis secundária e um caso de terciária. Em relação às manifestações cutâneas, o acometimento palmoplantar e pápulas eritematoescamosas distribuídas no tórax e abdome foram as mais encontradas. Assim como é visto em diversos estudos, a prevalência em homens foi observada, contudo contrariando o que é visto na literatura, apenas um declarou atividade sexual com múltiplas parceiras. Os resultados mostraram um pequeno número de indivíduos a procurar serviço especializado, em relação aos novos casos notificados pela SES-PE (1829 casos no ano de 2017). Tal fato demonstra que não houve necessidade de chegar ao nível terciário de atenção à saúde para obter diagnóstico ou tratamento. Em contrapartida, o fato de esta pesquisa detectar casos de sífilis secundária e terciária revela maior preocupação, pois demonstra maior gravidade e acometimento sistêmico.



Palavras-chaves:  Sífilis Cutânea, Dermatologia, Epidemiologia