ECOEPIDEMIOLOGIA E CONTROLE DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO MUNICÍPIO DE MONTES CLAROS, MINAS GERAIS, BRASIL.
MARÍLIA FONSECA ROCHA 1,4,5, ERIKA MONTEIRO MICHALSKY1,4,5, JOSIANE VALADÃO LOPES MARQUES1,4,5, NATHÁLIA CRISTINA LIMA PEREIRA1,4,5, ROSANA SILVA LANA1,4,5, FABIANA DE OLIVEIRA LARA E SILVA1,4,5, DANIEL MOREIRA AVELAR1,4,5, GREICIELLY BARBOSA SANTOS1,4,5, ANA CRISTINA VIANNA MARIANO DA ROCHA LIMA1,4,5, DANIELY MARQUES PEREIRA1,4,5, LÍVIA OLIVEIRA LOPES1,4,5, JOÃO CARLOS FRANÇA-SILVA1,4,5, CONSUELO LATORRE FORTES DIAS1,4,5, MARCELO DIAS SOARES1,4,5, LARISSA LENE DIAS GONÇALVES1,4,5, JOEL FONTES SOUSA1,4,5, SANDRA BARROS MARINHO1,4,5, LUÇANDRA RAMOS ESPIRITO SANTO1,4,5, RONALDO CARDOSO SANTOS1,4,5, ARTUR MAIA SILVA-JUNIOR1,4,5, EDELBERTO SANTOS DIAS1,4,5
1. FIOCRUZ MINAS - Instituto René Rachou, 2. UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais, 3. FUNED - Fundação Ezequiel Dias, 4. CCZ - Centro de Controle de Zoonoses, Montes Claros, MG, 5. UNIMONTES - Universidade Estadual de Montes Claros
marilia.rocha@minas.fiocruz.br

A Leishmaniose Visceral (LV) é uma parasitose de caráter zoonótico apontada como uma das doenças mais importantes do ponto de vista de saúde pública no Brasil. As características peculiares dos reservatórios, vetores e a variedade de situações epidemiológicas mostram que estratégias de controle devem ser flexíveis para cada região. Montes Claros é classificada como de transmissão intensa, com média anual de 26 casos humanos. O objetivo do estudo é conhecer os aspectos ecoepidemiológicos associados ao impacto das medidas de controle de 08/2015 a 07/2017. Uma coorte prospectiva observacional foi realizada em três bairros da cidade. O desenho do estudo em cada bairro foi padronizado com intervenções de controle iguais e, simultâneas. Cada bairro foi dividido em 4 subáreas e em todas elas, obrigatoriamente foram realizados inquéritos caninos censitários (ICC), diferenciando as demais quanto ao controle químico e manejo ambiental realizados separados ou concomitantes e tomando como indicador de controle a densidade de flebotomíneos. Para determinar a prevalência da LV canina, foram realizados 4 inquéritos caninos censitários (ICCs) semestrais (dois antes e dois após as ações de controle propostas). O número de cães examinados e as respectivas prevalências foram 1.691(9,58%), 1.831(6,06%), 1.636 (9,47%) e 1.511(8,93%). Oitenta e três cães reativos, oriundos dos ICCs, foram submetidos a eutanásia e necropsia para obtenção de amostras de pele, linfonodo mesentérico, baço e aspirado de medula óssea para exames parasitológicos e moleculares, visando confirmar a infecção e caracterizar a espécie de Leishmania circulante. Estudos de infecção nos tecidos caninos realizados apresentaram positividade pela técnica de Nested PCR 100%, crescimento em cultura 46% e exame parasitológico direto “imprints” 61%. No período do estudo foram capturados 38.055 exemplares de flebotomíneos com armadilhas luminosas do tipo CDC. Machos 30.742 (80,8%) e fêmeas 7.313 (19,2%). Em relação ao comportamento dos flebotomíneos, foram capturados no intradomicílio 5.738 (15,1%) exemplares e 32.317 (84,9%) no peridomicílio, demonstrando a adaptação destes ao ambiente intradomiciliar. O material identificado, registrou 12 espécies , sendo 97,68% (37.172) da espécie Lutzomyia longipalpis. Os dados entomológicos associados à infecção canina, bem como as medidas de controle, em avaliação poderão contribuir para uma melhor compreensão da LV e sua prevenção em Montes Claros.



Palavras-chaves:  Controle, Epidemiologia, Flebótomos, Leishmaniose visceral, Prevenção