O PERFIL DE VULNERABILIDADE ENTRE IDOSOS SEXUALMENTE ATIVOS PERANTE AS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS.
PEDRO COSTA LIMA 1, GEILSON CARLOS DE LIMA ARAÚJO1, ÁGUEDA CRISTINA DA COSTA FERNANDES1, PAULA LUNA DE OLIVEIRA LEITE1, ANDREA DE AMORIM PEREIRA BARROS1
1. UFCG - Universidade Federal de Campina Grande
pedro.costal@outlook.com

  Desde a epidemia de AIDS na década de 80, o Brasil desenvolve estratégias de prevenção de IST, porém poucas dessas estratégias possuem como foco os indivíduos maiores de 60 anos. Ademais, muitas IST não possuem notificação compulsória, gerando, assim, escassez de campanhas de educação sexual e de estudos epidemiológicos voltados a esse grupo, deixando essa população menos informada acerca das inúmeras doenças que podem ser adquiridas a partir de um comportamento sexual de risco, deixando-a mais vulnerável e suscetível a participar dessa elevada estatística que vem crescendo entre aqueles de idade mais avançada. Nesse contexto de escassez de investigações que abordem essa problemática no âmbito nacional, este trabalho objetiva investigar e analisar o aumento de incidência das IST nos idosos, para que se amplie esse debate, de maneira a fornecer dados para uma maior discussão e criação de politicas de promoção à saúde sexual dos idosos. O presente trabalho consiste em uma revisão sistemática, tendo como tema a análise do comportamento sexual dos idosos e a sua relação com IST nesse grupo. Dessa forma, buscas foram feitas nas bases de dado SciELO, BVS e PubMed com os descritores: "idosos" e "doenças sexualmente transmissíveis". Foram selecionados 16 trabalhos publicados entre 2006 e 2018 que abordaram a temática da ocorrência de IST em idosos e os fatores de risco associados. A análise dos trabalhos selecionados revelou que, em relação à prática sexual, a maior parte apresentava parceria fixa, sem relação nos últimos seis meses e não fazia uso regular de preservativos, mas a maior parte fez uso na última relação sexual e não realizou teste para HIV. Já em relação aos conhecimentos acerca das IST, sabem que a prevenção é feita com o uso do preservativo. Curiosamente, os entrevistados majoritariamente acreditam que qualquer pessoa pode contrair uma IST, entretanto apenas a metade acha possível que ela própria contraia alguma. Diante disso, os idosos são vulneráveis às diversas IST, e esse perfil se relaciona com a invisibilidade do sexo na velhice, ao uso de medicamentos para distúrbios eréteis, a pequena adesão ao uso de preservativos e a falta de políticas de prevenção e diagnóstico voltados para esse grupo. Conclui-se que essa faixa etária permanece fora do contexto das politicas públicas de prevenção, necessitando a adoção de uma nova postura no seu comportamento sexual, para que se diminua sua vulnerabilidade frente às infecções sexualmente transmissíveis.



Palavras-chaves:  DST, Idosos, IST, Sexualidade, Vulnerabilidade