MORTALIDADE POR TOXOPLASMOSE CONGÊNITA NO ESTADO DA PARAÍBA
ROSSANDRO ARANHA BATISTA FILHO 1, LUCAS COSTA MACEDO1, AUGUSTO CEZAR CAMAROTTI DE LIMA1, CRISTINE HIRSCH-MONTEIRO1
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB
rossandrofilho@hotmail.com

A toxoplasmose é uma parasitose, cujo agente etiológico é o protozoário Toxoplasma gondii , que tem como hospedeiro definitivo o gato doméstico. O ser humano é um de seus muitos hospedeiros intermediários. A presença do protozoário no organismo adulto é geralmente assintomática, entretanto, caso a infecção ocorra durante alguma baixa de imunidade ou durante o período gravídico, a morbidade é maior. O quadro clínico de toxoplasmose gestacional (TOG) apresenta riscos para transmissão congênita levando à má formação fetal ou ao aborto, sendo a chamada toxoplasmose congênita (TOC). O objetivo do presente estudo é demonstrar a importância epidemiológica da TOG e da TOC, bem como sua subnotificação e deficiência nos registros médicos. Foi feita estudo transversal por meio da obtenção de dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) referente ao estado da Paraíba, Brasil, entre os anos de 2010 e 2017. Os dados obtidos foram referentes às mortes perinatais ocasionadas pelas TOG e TOC, sendo analisados utilizando o aplicativo GraphPad Prism 7.0 . O número total de mortes perinatais associados ao diagnóstico de toxoplasmose foram de 80, entretanto nem todos os dados foram preenchidos de forma adequada no SIM , dessa forma os dados foram analisados apenas nas certidões que os contemplavam . 73 apresentavam o dado da idade materna (IM); 72 tinham o registro do peso ao nascer; somente 62 possuíam a informação a respeito da idade gestacional (IG) e apenas 59 dos casos possuíam o dado referente ao grau de escolaridade materna. A IM mínima registrada no SIM foi de 15 anos, ao passo que a IM máxima foi de 42 anos e a média estava em 22 anos de idade. O peso médio ao nascer foi de 1585g, enquanto os pesos máximo e mínimo foram de 927,5g e 3900g. A média da IG obtida através dos dados foi de 32 semanas, enquanto o valor mínimo foi de 27 semanas e 5 dias e o valor máximo obtido foi de 40 semanas. Dessa forma, pode se concluir através dos dados obtidos, e da ausência de algumas das variáveis fornecidas, que a TOG e a TOC são enfermidades ainda negligenciadas na saúde pública, mesmo estando dentro das doenças de rastreamento obrigatório durante a realização do pré-natal. É um acometimento que precisa ser tratado como um problema público, principalmente por seu importante diagnóstico diferencial com o Zika Virus. A carência de dados, a despeito da obrigatoriedade do registro, demonstra um descaso com a enfermidade e a importância de sua inclusão séria em projetos de pré-natal.



Palavras-chaves:  Toxoplasmose, Toxoplasmose congênita, Saúde pública, Pré-Natal, Saúde preventiva