ASSOCIAÇÃO ENTRE POLIMORFISMO NO GENE DA FOXP3 E A EVOLUÇÃO CLÍNICA DA DOENÇA DE CHAGAS
CÁSSIA LORENA DE OLIVEIRA LEITE E FREITAS1, MARCONI EDSON MAIA JÚNIOR 1, MAYSA MAYRAN CHAVES MOREIRA 1, LARA MICHELLY SOARES DE SOUZA1, VALÉRIA DUARTE DE ALMEIDA1, CLEBER DE MESQUITA ANDRADE1, ELLANY GURGEL COSME DO NASCIMENTO11, CHRISTIANE MEDEIROS BEZERRA1, MICÁSSIO FERNANDES DE ANDRADE1, THALES ALLYRIO ARAÚJO DE MEDEIROS FERNANDES 1
1. UERN - Universidade do Estado do Rio do Norte, 2. UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
junior.marconi@hotmail.com

A resposta imune gerada na infecção pelo Trypanosoma cruzi parece desempenhar papel importante na fisiopatologia da Doença de Chagas. Dessa forma, polimorfismos em fatores de transcrição que regulam a resposta imunológica, como o FOXP3, podem influenciar na evolução clínica da doença. Diante disso, o presente estudo tem como objetivos avaliar a associação entre um polimorfismo na região de íntron (rs3761548 - c.- 3279 C>A)  do gene FOXP3 e as formas clínicas e escores de risco de AVE e de Morte em pacientes chagásicos. Para isso, foram analisados 154 indivíduos com diagnóstico sorológico e que eram acompanhados regularmente no Ambulatório de Doença de Chagas (ADOC) da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Após prévia concordância em participar do estudo, realizou-se a coleta de sangue periférico para extração do DNA e posterior determinação dos genótipos do polimorfismo no FOXP3. Ao final foram obtidas informações a respeito da forma clínica e escores de risco de morte e de AVE. Os genótipos do FOXP3 foram determinados através da técnica de PCR-RFLP e os dados clínicos dos pacientes foram obtidos através da análise dos prontuários armazenados no ADOC-UERN. Observou-se que os pacientes com idades superiores a 48 anos possuíam chance significativamente maior de apresentar formas clínicas da Doença de Chagas (RC: 1,982; p=0,0395), bem como maior Risco de Morte (RC: 2,816; p=0,026) e de AVE (RC:4,5164; p=0,0049). No entanto, estes valores continuaram a ser significativos para o Risco de AVE nos pacientes que herdavam o alelo C em homozigose (RC: 6,7273; p=0,0064). Dessa forma, a homozigose para o alelo C do polimorfismo do FOXP3 (rs3761548) aparentemente está associada a uma evolução clínica menos benigna de pacientes com Doença de Chagas, uma vez que aumenta o Risco de AVE[T1] . Sendo assim, nos pacientes que apresentaram o alelo A, o risco de AVE deixou, significa um efeito protetor. Estudos anteriores já haviam demonstrado que o alelo A está associado a uma maior expressão do gene do FOXP3, a qual é crucial para as Células T Reguladoras (Tregs), que influenciam diferentes mecanismos do sistema imune. Conclui-se, portanto, que a herança do alelo A do polimorfismo rs3761548 da FOXP3 parece estar associada a uma evolução clínica mais benigna.



Palavras-chaves:  Doença de Chagas, FOXP3, Polimorfismo