ASSOCIAÇÃO DOS GENÓTIPOS DA HAPTOGLOBINA COM A EVOLUÇÃO CLÍNICA DA DOENÇA DE CHAGAS
LARA MICHELLY SOARES DE SOUZA, CÁSSIA LORENA DE OLIVEIRA LEITE E FREITAS, CAIO GRACO GRANJEIRO DE QUEIROZ , WILLSON DO SANTOS SOARES , NICKSON MELO DE MORAIS , MARCONI EDSON MAIA JÚNIOR , MAYSA MAYRAN CHAVES MOREIRA , ANTÔNIO CARLOS DE MEDEIROS , CLEBER DE MESQUITA ANDRADE , MICÁSSIO FERNANDES DE ANDRADE , THALES ALLYRIO ARAÚJO DE MEDEIROS FERNANDES
1. UERN - Universidade do Estado do Rio do Norte
junior.marconi@hotmail.com

A evolução clínica da Doença de Chagas pode ser influenciada por diferentes fatores relacionados ao parasita e/ou ao hospedeiro, e o polimorfismo no gene da haptoglobina (Hp) surge como um candidato promissor. Diante disso, o presente trabalho objetivou avaliar a associação entre o polimorfismo do gene da haptoglobina e a evolução clínica de pacientes com Doença de Chagas no estado do Rio Grande do Norte (RN), Brasil. Para isso, foram analisados 185 pacientes na fase crônica da Doença de Chagas e que eram clinicamente seguidos na Faculdade de Ciências da Saúde (FACS) - UERN. Os pacientes foram esclarecidos quanto aos objetivos e métodos a serem utilizados na pesquisa e, após concordância em participar, foram colhidas amostras de sangue periférico, seguida da extração de DNA e determinação do genótipo da haptoglobina por meio da técnica de PCR. Ao final foram obtidas informações relativas às formas clínicas e escores de risco de morte e AVE por meio da análise dos prontuários armazenados no ambulatório de Doença de Chagas da FACS-UERN. Observou-se maior chance de desenvolver formas clínicas mais sintomáticas em pacientes com idade superior a 48 anos (RC:2,390; p=0,004). De modos semelhante, estes indivíduos apresentaram maiores escores de risco de morte (RC:2,946; p=0,011) e AVE (RC=4,757, p=0,001). No entanto a inserção dos genótipos da haptoglobina na análise revelou que a herança do alelo Hp*1, em homozigose ou heterozigose, diminuiu significativamente tanto a chance de desenvolver formas clínicas sintomáticas (RC=2,000, p=0,061), quanto os escores de risco de morte (RC=1,454, p=0,471) e AVE (RC=2,588 p=0,081) em pacientes com mais de 48 anos. O padrão anti-inflamatório e antioxidante mais acentuado induzido pela presença do alelo Hp*1 pode explicar a evolução clínica menos grave nos indivíduos com Doença de Chagas que herdaram esta característica genética. Estudos realizados em pacientes com outras patologias, tais como Diabetes ou AVE, já haviam revelado um melhor prognóstico nos indivíduos que portavam o alelo Hp*1. Conclui-se, portanto, que A herança do alelo Hp*1 parece exercer um efeito protetor em pacientes com Doença de Chagas, estando associada a uma evolução clínica menos grave.



Palavras-chaves:  Doença de Chagas, haptoglobina, polimorfismo genético