ADESÃO AO USO DO PRESERVATIVO EM PESSOAS VIVENDO COM HIV |
O cenário da infecção do HIV vem se modificando, principalmente com o desenvolvimento da indústria farmacêutica, novos esquemas antirretrovirais (ARV) foram desenvolvidos, cada vez mais potentes e eficazes, o que acarretou um aumento à adesão a terapia antirretroviral (TARV), proporcionando uma melhor qualidade de vida, uma menor probabilidade de adoecimento, mortalidade e transmissibilidade da doença. Avaliou-se o uso de preservativo em pacientes vivendo com HIV (PVHIV). Trata-se de um estudo transversal com abordagem quantitativa A coleta de dados foi realizada nos Serviços de Assistência Especializada (SAE) de dois hospitais de referência estadual no tratamento de doenças infecciosas e parasitárias (DIP), especificamente no tratamento de HIV/aids na cidade de Recife-PE, no período de junho a novembro de 2016. A amostra foi composta por 356 PVHA, sendo 178 em cada SAE estudado, a maioria dos entrevistados era do sexo masculino (200; 56,2%), provenientes da Região Metropolitana do Recife (RMR) (197; 55,3%), com faixa etária entre 40 a 49 anos (138;38,8%), solteiro ou sem companheiro (209;58,7%). Aproximadamente 30% da amostra possui ensino médio completo, seguida por ensino fundamental II (5ᵃ a 8ᵃ série) (83;23,3%). Quanto ao uso do preservativo, o estudo apresentou resultados positivos, visto que 199 (55,9%) dos entrevistados relataram fazer o uso em todas as relações sexuais, entretanto, 89 (25%) afirmaram não manter relações sexuais após o diagnóstico do HIV, por motivos de não ter mais interesse em se relacionar com outras pessoas após o diagnóstico do HIV, não ter parceria fixa, o medo de contaminar outrem ou de se contaminar por outras doenças sexualmente transmissíveis. Sendo assim, a literatura evidencia que os PVHIV tendem a evitar relacionamentos afetivo-sexuais, pois, temem a transmissão para o parceiro, o adoecimento, a revelação do status sorológico e medo do preconceito ou abandono, o que os leva a optar por não estabelecer relacionamentos após o diagnóstico do HIV. É imprescindível o apoio psicológico, a construção de uma boa relação profissional-paciente, além de ações voltadas a conscientização sobre a doença e a importância da adesão aos antirretroviral com o propósito de manter a carga viral indetectável, bem como a conscientização a respeito do uso consciente do preservativo para não aquisição de novas infecções sexualmente transmissíveis e cepas virais resistentes. |