CORRELAÇÃO DO AUMENTO DE CASOS DE LEPTOSPIROSE COM O PERÍODO DE CHUVAS NO ESTADO DE ALAGOAS NO PERÍODO DE 2007 A 2017.
NOÍLIA GOMES DE LIMA 1, AGATHA PRADO DE LIMA1, DAYANE KELI DA SILVA FARIAS1, ISABEL ARAÚJO DA SILVA1, ISABELA GOMES ALVES MUNHOZ1, FERNANDO LUIZ DE ANDRADE MAIA1
1. CESMAC - Centro Universitário Cesmac, 2. UNCISAL - Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas
noiliagomes@yahoo.com.br

Conhecida por diversos nomes, a leptospirose foi descrita pela primeira vez em 1886. Hoje, sabe-se que o agente pertence à ordem Spirochaetales, família Leptospiraceae e gênero Leptospira. A espécie patogênica para o homem é a L. interrogans. As leptospiroses constituem verdadeiras zoonoses, são capazes de afetar animais domésticos e selvagens, determinando quadro clínico variável, desde infecção inaparente até doença fatal. O principal animal reservatório das leptospiroses é o rato, pois é capaz de permanecer eliminando o microrganismo pela urina por toda sua vida. Ele é considerado um dos principais responsáveis pela transmissão ao homem, tendo distribuição universal. Nesse sentido, esse trabalho tem por objetivo correlacionar o número de casos de leptospirose notificados entre os meses de maio a agosto dos anos de 2007 a 2017, no estado de Alagoas. Trata-se de um estudo quantitativo, transversal e retrospectivo, sendo utilizados dados secundários obtidos pelo Sistema de Informações de Agravos de Notificação. A infecção no homem ocorre pelo contato direto com a urina dos animais contaminados ou por contato indireto com água contaminada com urina de ratos infectados. A incidência da leptospirose é sazonal em vários países relacionada principalmente com chuvas, enchentes ou catástrofes ecológicas. Foram identificados 410 casos de Leptospirose em Alagoas, entre 2007 e 2017, com maior número de casos em 2011 com 56 casos. Observou-se um maior acometimento dos indivíduos entre 20 e 49 anos, sendo o sexo masculino o mais frequente, dados condizentes com outros estudos epidemiológicos realizado na região nordeste. Entre o número de casos notificados, os indivíduos pardos foram os mais acometidos (92,68 %). A percentagem de óbitos pelo agravo notificado foi de 11%. O maior número de casos foi em indivíduos com ensino fundamental incompleto correspondendo a (71,46%). Notou-se maior número de distribuição dos casos entre os meses de maio seguido de julho, os quais correspondem aos maiores índices pluviométricos para o estado. Conclui-se, portanto, que as exposições à leptospirose no estado de Alagoas no período chuvoso estão relacionadas às más condições de moradias e saneamento precário, atingindo em proporção importante as populações que moram em favelas e periferias das grandes cidades.  



Palavras-chaves:  Chuvas, Leptospirose, Leptospira