META 90 90 90 NO BRASIL: O QUÃO DISTANTE ESTAMOS .
NOÍLIA GOMES DE LIMA¹, MATHEUS SOARES BARACHO RAMOS¹, DAYANE LIMA PEREIRA DE LEMOS¹, FERNANDO LUIZ DE ANDRADE MAIA¹
1. CESMAC - Centro Universitário Cesmac, 2. UFAL - Universidade Federal de Alagoas, 3. UNIT - Centro Universitário Tiradentes, 4. UNCISAL - Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas
noiliagomes@yahoo.com.br

O pais tem registrado, anualmente, uma média de 40mil novos casos de aids nos últimos cinco anos e como forma de controlar essa epidemia o país assumiu, em 2014, o cumprimento da meta 90 90 90 que visa o diagnóstico de 90% dos portadores do HIV, o tratamento com a Terapia Antirretroviral (TARV) em 90% dos pacientes diagnosticados e a supressão viral em 90% dos pacientes que utilizam a TARV. Modelos matemáticos sugerem que o alcance dessas metas até 2020 permitirá que o mundo ponha fim à epidemia de AIDS até 2030. O objetivo do estudo é analisar a evolução do Brasil em relação ao alcance da meta 90 90 90. Trata-se de um estudo quantitativo, transversal e retrospectivo, sendo utilizados dados secundários obtidos pelos relatórios do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) no período entre 2012 a 2017 e do relatório do Ministério da Saúde do ano 2017 . Segundo UNAIDS, na América Latina 81% das pessoas infectadas pelo o HIV, sabem que estão infectadas. No Brasil, em 2013, pelo menos 80% dos indivíduos contaminados pelo vírus sabiam do seu estado. Em relação às demais metas, na América Latina 72% recebem tratamento retroviral e 79% estão com a carga viral suprimida. No Brasil, 60% dos diagnosticados, recebem tratamento e cerca de 89% dos  tratados alcançaram a supressão viral, evidenciando a viabilidade da última meta. Ao término de 2016, cerca de 830mil pessoas viviam com HIV no país, dessas, 84% tinham diagnóstico; 79% encontravam-se associada a um serviço de saúde; Em relação ao sexo 80% dos diagnósticos eram do sexo masculino e 89% do sexo feminino. No entanto observa-se uma percentagem maior de homens em TARV 73% contra 70% nas mulheres. Em referência à supressão viral, no final de 2016, 92% dos homens possuíam carga viral suprimida e 90% das mulheres. Por fim, O Brasil encontra-se perto de atingir a meta 90 90 90, porém parcialmente. Com o avanço de aproximadamente 3% ao ano de pessoas diagnosticadas com o vírus, projeta-se que em 2019 o país cumpra essa parte da meta, o alvo em que mais de 90% dos pacientes em tratamento devem estar com a carga indetectável, já é uma realidade. O entrave ocorre na aderência dos pacientes no uso da TARV que atualmente está em 72% e se eleva a apenas 2% ao ano. Desse modo, o governo deve focar no incentivo da aderência ao tratamento e resgatar os pacientes diagnosticados que não tem interesse ou receio em iniciar, para enfim acabar com a epidemia até 2030.