AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DA TÉCNICA CHAGAS-FLOW ATE NO SORODIAGNÓSTICO GENÓTIPO-ESPECÍFICO DE INFECÇÕES EXPERIMENTAIS SIMPLES E MISTAS PELO Trypanosoma cruzi
GLAUCIA DINIZ ALESSIO 1, FERNANDA FORTES DE ARAÚJO1, POLICARPO ADEMAR SALES JÚNIOR1, MATHEUS DE SOUZA GOMES1, LAURENCE RODRIGUES DO AMARAL1, MARCELO ANTÔNIO PASCOAL XAVIER1, ANDRÉA TEIXEIRA-CARVALHO1, MARTA DE LANA1, OLINDO ASSIS MARTINS-FILHO1
1. IRR/FIOCRUZ-MINAS - Instituto René Rachou/Fiocruz-Minas, 2. IRR/FIOCRUZ-MINAS - Instituto René Rachou/Fiocruz-Minas, 3. UFU - Universidade Federal de Uberlândia, 4. IRR/FIOCRUZ-MINAS - Instituto René Rachou/Fiocruz-Minas, 5. UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto
glauciabiologia@yahoo.com.br

O Trypanosoma cruzi foi subdividido em seis grupos genéticos distintos, TcI-TcVI. Diversos estudos vêm associando a variabilidade genética do T. cruzi com as características biológicas, epidemiológicas e clínicas da doença de Chagas (DCh), sendo assim importante correlacionar a genética do parasito com o diagnóstico da DCh. Os métodos utilizados para o diagnóstico genótipo-específico da infecção pelo T. cruzi apresentam algumas limitações, como a identificação de infecções mistas. Diante disso, o objetivo desse trabalho foi avaliar o desempenho da técnica de pesquisa de IgG anti-amastigota (AMA), tripomastigota (TRIPO) e epimastigota (EPI) do T. cruzi por citometria de fluxo (Chagas-Flow ATE), no diagnóstico genótipo-específico de infecções experimentais simples e mistas pelo T. cruzi . Para isso, soros de camundongos Swiss com infecções pelo T. cruzi simples (TcI, TcVI ou TcII) e mistas (TcI+TcVI,TcVI+TcII ou TcII+TcI), nas fases iniciais (30 dias) e tardias (90 e 180 dias) da infecção, foram avaliados pela Chagas-Flow ATE. A reatividade das amostras foi testada com os antígenos TcI, TcVI e TcII do T. cruzi , incluindo formas AMA (AI/AVI/AII), TRIPO (TI/TVI/TII) e EPI (EI/EVI/EII), em oito diluições do soro (1:500 a 1:64000), para construir árvores de decisão. Os resultados demonstraram que os atributos “TI 2000/AI 1000/EII 1000” e “TI 8000/AII 32000” apresentaram um bom desempenho para discriminar infecções simples (85%) e mistas (84%) pelo T. cruzi , nas fases iniciais e tardias, respectivamente. Além dos mais, os atributos “TI 4000/TVI 500/TII 1000” e “TI 16000/EI 2000/EII 2000/AI 500/TVI 500” apresentaram um bom desempenho no diagnóstico genótipo-específico de infecções iniciais simples (72%) e mistas (80%) pelo T. cruzi , respectivamente. Considerando as infecções tardias, os atributos “TI 4000/AII 1000/EVI 1000” e “TI 64000/AVI 500/AI 2000/AII 1000/EII 4000” apresentaram um desempenho moderado no diagnóstico genótipo-específico de infecções simples (69%) e mistas (76%) pelo T. cruzi , respectivamente.  Os algoritmos sequenciais obtidos pelo conjunto de árvores de decisão demonstraram um bom desempenho (81%) da Chagas-Flow ATE no diagnóstico da infecção pelo T. cruzi . Os resultados indicam o potencial dessa técnica para o diagnóstico genótipo-específico da infecção simples e mista pelo T. cruzi . A padronização da Chagas-Flow ATE será de extrema importância para a proposta clínica, estudos epidemiológicos, e de monitoração pós-terapêutica da DCh.



Palavras-chaves:  citometria de fluxo, diagnóstico genótipo-específico, T. cruzi