PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA FEBRE AMARELA NO BRASIL NO PERÍODO DE 2013 A 2018 |
A Febre Amarela é uma doença infecciosa ocasionada por um vírus e com transmissão por meio de vetores, não possui cura e pode ser considerada fatal. Ela tem importância epidemiológica por sua gravidade clínica e potencial de disseminação em áreas urbanas infestadas pelo mosquito Aedes aegypti. Este estudo teve como objetivo determinar a incidência, as internações hospitalares e a mortalidade por Febre Amarela no Brasil no período de 2013 a 2018. Tratou-se de um estudo epidemiológico observacional e retrospectivo realizado no período de abril de 2013 a abril de 2018. Os dados foram coletados através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), no qual foram consultados os casos confirmados da doença, as internações e os óbitos. Foram confirmados três casos de Febre Amarela no ano de 2013, um em 2014, nove em 2015 e cinquenta e dois em 2016. De 2017 até abril de 2018, período do surto, o total de casos não consta nos dados. De 2013 a 2016, os dados do DATASUS referem-se a todas as regiões brasileiras, a exceção do Nordeste. Para as Autorizações por Internações Hospitalares (AIH), constataram-se em todas as regiões brasileiras seis internações em 2013, nove em 2014, treze em 2015, vinte e oito em 2016. Para o ano de 2017 foram registrados 751 internamentos e 850 até o mês de abril de 2018, totalizando 1.657 casos desde abril de 2013. Quanto ao número de óbitos, foram verificados 123 óbitos em 2017 e 145 até abril de 2018, totalizando 268 óbitos. Os resultados demonstraram que entre os anos de 2013 e 2016, a Febre Amarela não obteve uma grande aumento no Brasil, desse modo, as internações hospitalares também não foram expressivas. Contudo, em 2017 e até abril de 2018, teve-se um grande aumento no número de internamentos e de óbitos. Observou-se que a doença estava controlada no Brasil entre os anos de 2013 e 2016, no entanto, houve um surto dessa infecção a partir de 2017. Em 2018 só até o mês de abril, a incidência já foi maior do que o total de 2017, tendo estas se concentrado na Região Sudeste (98,13% dos internamentos e 97,06% das mortes). Um dos motivos que justificam a disseminação da doença refere-se ao deslocamento das pessoas com a infecção e ausência da vacinação nos casos inicialmente registrados. Com isso, faz-se necessário que ocorram iniciativas e políticas de prevenção mais eficazes para controlar a epidemia no país, dando ênfase à vacinação da população geral e o combate aos vetores. |