ANÁLISE DE CASOS DE LEISHMANIOSE VISCERAL NOS ÚLTIMOS 5 ANOS NO NORDESTE BRASILEIRO
ARIOSTO AFONSO DE MORAIS 1, MARIA CLÁUDIA CAVALCANTI SILVEIRA BEZERRA1, ANA VICTÓRIA MARIANO DE MATOS1, MATHIAS REGIS MODESTO1, REGINA COELI FERREIRA RAMOS1
1. UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO
ariostodireito@yahoo.com.br

A Leishmaniose vem sendo identificada como uma das doenças de alta prioridade de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). É causada por um protozoário do gênero Leishmania e transmitida por picada de flebotomíneos.  A Leishmaniose Visceral (LV) é potencialmente fatal e endêmica na América. Prova disso é que durante os anos de 2001 a 2016, 55530 casos de LV em humanos foram relatados nas Américas e 96% dos casos existentes são concentrados no Brasil. Além disso, a aids vem sendo considerada uma doença emergente nessa região, com aproximadamente 83000 novos casos em 2011, o  que pode ter influenciado no ciclo de transmissão e na epidemiologia natural da LV. Pela imunossupressão da aids, o risco de infecção por LV em áreas endêmicas é aumentado. Sabe-se que de 2001 a 2010 mais de 35 mil casos de LV foram notificados no Brasil, sendo a maior parte no Nordeste. Quanto ao diagnóstico, deve ser realizado pela clínica, como hepatoesplenomegalia, icterícia, perda de peso, febre, astenia e manifestações hemorrágicas, bem como exames laboratoriais, de preferência menos invasivos e mais específicos, como o teste rápido (TR) rK39. Em casos de negatividade do TR, mielograma e biópsia esplênica podem ser realizadas, objetivando tratamento ideal. O presente estudo teve como objetivo realizar uma análise epidemiológica dos casos confirmados de LV no Nordeste brasileiro caracterizando a incidência e o aumento desta patologia. Foi elaborado um levantamento do número de casos confirmados para a doença na base de dados do sistema DataSUS(Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde), notificadas pelo SINAN(Sistema de Informação de Agravos de Notificação) no Nordeste. O número de casos foi descrito por Unidade Federativa entre os anos de 2013 a 2017, com 7881 novos casos de LV. A maioria destes ocorreram no estado do Maranhão(35%), Ceará(22%) e Bahia(16%). Os demais estados, ainda alarmantes, apresentaram menor número de registro: Rio Grande do Norte e Sergipe com 3% dos casos; Paraíba com 2% e Alagoas com 2%. Piauí, Pernambuco e Rio Grande do Norte mostraram índices de aumento gradativos enquanto que Alagoas, Sergipe e Paraíba apresentaram um decaimento. Assim, esse estudo permitiu evidenciar um elevado número de casos confirmados para LV no nordeste brasileiro e uma tendência crescente de casos em alguns estados desta região no período considerado, oferecendo subsídios à formulação de novas políticas de controle e enfrentamento dessa doença.



Palavras-chaves:  Incidência, Leishmaniose visceral, Região Nordeste