LEISHMANIOSE VISCERAL NO RIO GRANDE DO NORTE: ANÁLISE DA SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA. |
A leishmaniose visceral (LV) é uma zoonose de grande importância em saúde pública por apresentar c aráter crônico, altas taxas de letalidade quando não tratada e ser considerada uma doença negligencia, principalmente em países em desenvolvimento. O Brasil concentra o maior número dos casos da América Latina, atingindo, principalmente a região nordeste. O objetivo do estudo foi descrever as características epidemiológicas da leishmaniose visceral no estado do Rio Grande do Norte. A pesquisa foi realizada a partir da análise do banco de dados do Sistema de Informação em Saúde – DATASUS, do Ministério da Saúde, compreendeu o período de 2007 a 2017 e as seguintes variáveis: número de casos, número de óbitos, letalidade, distribuição anual, sexo, faixa etária, escolaridade, zona de residência, coinfecção com HIV e distribuição espacial. Foram notificados 1.014 casos no estado e 90 óbitos por LV ou doença associada, representando uma letalidade de 8,9%. Os anos com maior registro da doença foram 2011, 2014 e 2017 com 119, 101 e 105 casos, respectivamente. Os mais acometidos foram os pacientes do sexo masculino (67,6%), na faixa etária produtiva de 20 a 59 anos (52,0%), de baixa escolaridade (até o ensino fundamental completo) (66,1%) e residentes na zona urbana (76,3%). A prevalência da coinfecção LV/HIV foi de 13,9% (141 casos). O Rio Grande do Norte possui 167 municípios, dos quais 108 (64,4%) notificaram a doença, com destaque para Mossoró (223) e Natal (219) que apresentaram o maior número de casos. As informações epidemiológicas aqui expostas demonstraram que o panorama da leishmaniose visceral no Rio Grande do Norte requerer o desenvolvimento de estratégias para o enfrentamento do problema, direcionadas para o controle e prevenção. |