Determinação dos níveis de anticorpos IgA, IgG e IgM séricos anti-glicolipídio fenólico-1 (anti-PGL1) em pacientes com hanseníase
APARECIDA TIEMI NAGAO-DIAS1, FRANCISCA ANIELE MOREIRA ALENCAR 1, JOSÉ EVANDRO CUNHA 1, ALEXANDRE CASIMIRO DE MACEDO1, ANDRESSA ALMEIDA ALBUQUERQUE1, RAPHAEL OLIVEIRA RODRIGUES 1, DARLAN BRASILEIRO DE ARAÚJO1, JULIANA NAVARRO UEDA YAOCHITE1, ANYELLE BARROSO SALDANHA1, CLODIS MARIA TAVARES1, MARIA DO SOCORRO DA COSTA FREIRE1, FABILENIA MENDES BATISTA1, CAMILLA DOS SANTOS MATEUS1, THEREZA LUCIA PRATA ALMEIDA1
1. UFC - Universidade Federal do Ceará, 2. UFAL - Universidade Federal de Alagoas
f.anielemoreira@gmail.com

A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada pelo Mycobacterium leprae   que é transmitida por gotículas de um caso índice apresentando na forma multibacilar da doença a pessoas que moram na mesma casa ou nas proximidades. O Brasil é o segundo país com maior incidência de hanseníase no mundo. O controle da doença tem sido um grande desafio para as políticas de saúde pública em países em desenvolvimento, uma vez que os aspectos socioeconômicos estão relacionados com o aumento da frequencia de casos novos e diagnóstico tardio. Um grande desafio é de estabelecer ferramentas laboratoriais que auxiliem a identificar pessoas com risco de desenvolver a doença após infecção subclínica. Assim, é necessário considerar a utilidade dos biomarcadores sorológicos e moleculares. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Ceará. Para a determinação dos níveis de anticorpos foi ultilizado o método imunoenzimático (ELISA).  Os níveis de IgA, IgG e IgM anti-glicolipídio fenólico-1 (anti-PGL1) foram determinados em pacientes com hanseníase (n = 64) e em controles não-endêmicos (n = 17). Observou-se uma forte correlação entre isotipos de IgM sérica e IgA (r = 0,745, p <0,0001) em pacientes com MB. Uma correlação moderada foi encontrada em todas as análises em pacientes com PB. Foi encontrado uma associação moderada entre anti-PGL1 IgA e IgM. Considerando as formas clínicas, as sensibilidades diagnósticas foram de 50,0% para IgA, 22,2% para IgG e 74,1% para IgM. Os valores preditivos positivos (VPP) e negativos (VPN) foram estimados para cada isotipo. Para IgA, VPP e VPN foram, respectivamente, 100,0% (87,0 - 100,0%, intervalo de confiança de 95%) e 38,7% (24,4-5,5,5%); para IgG, 100% (87,0-100,0%) e 28,8% (17,8-42,1%), respectivamente; e para IgM, 95,2% (83,8 - 99,4%) e 51,7% (32,5 - 70,6%), respectivamente. Apesar dos fatores limitantes, a IgA anti-PGL1 está correlacionada com os níveis de IgM e pode ser considerada como uma possível ferramenta laboratorial a ser utilizada, por exemplo, em estudos soroepidemiológicos.



Palavras-chaves:  Diagnóstico, biomarcadores, PGL-1, Hanseníase, M. leprae